O Fórum dos Blocos, Comissão Feminina, Arrastão dos Blocos, ABASP, UBCRESP, Ocupa o Carnaval e TremeSP - União dos Blocos de Música Eletrônica da Cidade de São Paulo assinaram e divulgaram, nessa quarta-feira, 1 de fevereiro, um manifesto criticando o abandono que o carnaval de rua está sofrendo por parte da administração municipal. Centenas de blocos já desistiram de sair nesse carnaval devido a falta de planejamento, ausência de transparência e de diálogo com a Prefeitura. O manifesto chega a apontar “um projeto de desmonte da políticas públicas” por parte da gestão do Prefeito Ricardo Nunes. Leia a seguir:

“O carnaval mais esperado dos últimos tempos começa em 10 dias e para os blocos de carnaval de rua, charangas, troças, cordões e bandas carnavalescas o cenário é de abandono, na combinada falta de planejamento, ausência de transparência e diálogo mal feito. Tal situação faz parte de um projeto de desmonte das políticas públicas, em que a gestão pública é enfraquecida e desvalorizada, e em seus processos vai sendo substituída por um modelo de negócio privatizante, que desconhece e desrespeita os valores da cultura popular.

É preciso delimitar os papéis e a responsabilidade sobre os diversos aspectos da festa. Aos blocos cabe a cultura popular: a música, a dança, fantasias e alegorias, os ritos de futuros ancestrais. Ao poder público cabe suas funções notórias de gestão, mediação do espaço público, construção da política pública com participação social, cuidado com o povo.

Faltam 10 dias e até agora não tivemos acesso à informações  sobre questões fundamentais para a garantia de desfiles tranquilos, tampouco sabemos o que está sendo feito pela tal comissão intersecretarial. A lista de questionamento é gigantesca e versa sobre protocolos para dispersão, redução de danos, combate ao assédio, trajetos, circuitos fechados, banheiros, ambulantes, bueiros, árvores, fiações, horários.

O poder público não pode se isentar de cumprir o seu papel, nem jogar essa responsabilidade sobre quem constrói a folia carnavalesca. Há falta de transparência sobre o planejamento e ações, bem como das diretrizes tomadas. As tentativas de controle excessivo e regras feitas por quem não conhece a festa só podem desembocar em soluções autoritárias que colocam blocos e foliões em risco.

Nós queremos a garantia de que poderemos sair sem sofrer repressão, e de que não sofreremos com judicializações que nos responsabilizem por aquilo que deveria ser papel do poder público garantir. Nós estamos fazendo nossa parte. A secretaria municipal de cultura e todo o poder público estão fazendo a sua?”


 

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