Sancionada pelo Prefeito Ricardo Nunes e publicada em Diário Oficial nesta quarta-feira, 29 de março, a Lei 17.921, altera em definitivo o nome da EMEF Jardim Damasceno para Escola Municipal de Ensino Fundamental Jardim Damasceno I – Professor João Antônio Felício. A escola fica na Avenida Deputado Cantídio Sampaio, 4.798, na Brasilândia.

O projeto de lei já tramitava na Câmara Municipal desde agosto de 2021. Por iniciativa do vereador Eliseu Gabriel (PSB), a mudança de nome visava homenagear uma das maiores lideranças sindicais que o Brasil já teve, o Professor João Antônio Felício. As discussões percorreram pelas Comissões de Constituição, Justiça e Legislação Participativa; Educação, Cultura e Esporte e Finanças; e Orçamento, até ser aprovada por ampla maioria dos vereadores no último dia 1 de março.

“Essa é uma homenagem mais do que justa para o professor João Felício, que dedicou a sua vida em defesa da educação e dos direitos dos todos os trabalhadores. Uma das lutas que liderou resultou no maior reajuste salarial da história da educação, os 126%. Ser o autor dessa lei que o homenageia é uma grande honra para mim”, afirmou à o vereador Eliseu Gabriel (PSB) ao site da CUT.

Pelas redes socais, a deputada estadual e presidenta da Apeoesp, Professora Bebel (PT), agradeceu a homenagem concedida pela Câmara. “João Felício dedicou sua vida às causas da classe trabalhadora, aos direitos dos professores e à luta pela qualidade da educação para todos e todas. Nós, da Apeoesp, nos sentimos honrados com esta justa homenagem".

O bairro Jardim Damasceno foi fundado em 1972 e conta hoje com, aproximadamente, 30 mil habitantes. A agora EMEF Jardim Damasceno I – Professor João Antônio Felício foi fundada em 31 de março de 2008.

Quem foi João Felício

João Antonio Felício nasceu em Itapuí (SP) no dia 6 de novembro de 1950, e foi casado com Léa Francesconi, com quem teve dois filhos. Em 1972 se formou em Desenho e Plástica, Educação Artística e História da Arte, pela Fundação Educacional de Bauru, quando começa a lecionar na rede ensino do estado de São Paulo até se aposentar.

João Felício iniciou sua militância política e sindical nos anos 1970, participando da fundação do Partido dos Trabalhadores (PT) e vencendo a eleição para diretoria da Apeoesp. Em 1980 foi eleito para o Conselho de Representantes da APEOESP, sindicato da categoria, pela Região Norte da cidade, e participou da fundação do Partido dos Trabalhadores (PT). Em 1981 foi eleito e reeleito, em 1983, para diretor do Departamento de Cultura do Sindicato. Ainda em 83, participou do processo que resultou na fundação da CUT. Em 1991 foi reeleito para o terceiro mandato como presidente da Apeoesp, quando ocorreu a mais longa greve da história dos professores do Estado (82 dias), resultando numa conquista de 126% de reajuste. Em 1993, deixa a presidência da APEOESP e volta a dar aulas na Escola Estadual de Primeiro e Segundo Graus Dr. Octávio Mendes (mais conhecido como CEDOM), em Santana, Zona Norte.

Em 1994, o Professor João Felício, foi eleito para a Direção Executiva da Central Única dos Trabalhadores. Em 1997, foi eleito para a Secretaria Geral da CUT e membro do Diretório Nacional do PT. Em 2000 chega à presidência nacional da CUT. Em 2003 foi indicado membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e representante da CUT no Conselho de Administração do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Em 2006, foi reconduzido à Direção da CUT como Secretário de Relações Internacionais. Em 2014, Felício é eleito por unanimidade, presidente da Confederação Sindical Internacional (CSI), durante o 3º Congresso da entidade, em Berlim, Alemanha. A CSI representa 180 milhões de trabalhadores em todo o mundo. Felício foi o primeiro brasileiro e latino-americano a presidir a CSI.

João Antônio Felício faleceu na madrugada do dia 19 de março de 2020 em decorrência de um câncer aos 69 anos.


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