Os professores da rede estadual de educação decidiram, em assembleia virtual realizada nesta sexta-feira, referendar o indicativo e aprovaram greve a partir de segunda-feira, dia 8, contra a volta às aulas presenciais sem a vacina e sem condições adequadas nas escolas.

A presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP) e Deputada Estadual Professora Bebel (PT) explica que esta greve trata-se de defender a vida. “Diferentemente de outras paralisações, desta vez, o foco é a saúde, preservar vidas, tanto de professores, quanto de alunos, funcionários e familiares, por isso, a categoria permanecerá em trabalho remoto”, disse a presidenta.

A decisão para a greve baseou-se numa pesquisa em que 82% da categoria foi favorável à paralisação.

A APEOESP realizou um trabalho minucioso em verificar as reais condições das unidades escolares e constatou que “não há condições para um retorno seguro”, de acordo com Bebel. As escolas, segunda a presidenta da APEOESP, não apresentam a mínima infraestrutura. “Recebemos fotos e vídeos de professores mostrando banheiros quebrados, lixo acumulado, goteiras, álcool em gel vencido. E tudo isso já está causando consequências graves”, disse.

Desde o início da volta do trabalho presencial de professores e funcionários, em plena pandemia, já foram registrados 147 casos de Covid-19, em 79 unidades escolares em todo o Estado. “Imagine o que vai acontecer quando milhões de estudantes voltarem às aulas presenciais?”, perguntou a presidenta da APEOESP.

O sindicato irá percorrer as ruas da capital e de todas as cidades de abrangência das suas 94 subsedes para informar a população, quanto ao andamento da manifestação, além de manter um contato constante pelas redes sociais, rádios e emissoras de televisão. Os professores prometem também de ir às câmaras municipais, conversar com prefeitos e realizar encontros virtuais com pais, estudantes, professores e funcionários e pressionar o governo pela vacina já. Os professores não estão relacionados na lista de prioridades de vacinação contra a Covid-19.

Lista da morte

Na Capital, a indignação é a mesma. Se na rede estadual, o governador João Dória (PSDB) obrigou os pais a assinarem um termo de responsabilidade caso seus filhos levem para casa ou contaminem professores e funcionários, o prefeito Bruno Covas (PSDB) determinou que os diretores das escolas municipais façam uma lista e a repassem às direções regionais de ensino sobre as possíveis mortes ocorridas devido a Covid-19, a partir da volta às aulas presenciais. Um escândalo que a população parece ainda não ter se dado conta.


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