...Armadilhas contra mosquito da Dengue por R$ 19 mi;
Segundo noticiou a grande imprensa, o prefeito Ricardo Nunes comprou armadilhas contra o mosquito da Dengue no valor de R$ 19 milhões. O interessante é que um dos diretores da empresa que vendeu as armadilhas ao prefeito é Marco Antônio Manzano Bertussi, que também é diretor da Associação Brasileira das Empresas de Tratamento Fitossanitário e Quarentenário (Abrafit), cujo presidente é o prefeito Ricardo Nunes.
A suspeita de superfaturamento já está sendo investigada pelo Ministério Público de São Paulo, já que cada unidade foi comprada por R$ 400, mas seu preço, na verdade, custaria apenas R$ 10, se fosse encomendada à Fiocruz. A prefeitura nega tudo.
Vale lembrar que essas armadilhas perdem a eficácia se não houver manutenção e virariam criadouros do mosquito, segundo denunciam servidores.
...Gasto de R$ 16,5 mi em jornais de bairro para melhorar sua imagem;
O prefeito Ricardo Nunes, candidato à reeleição, gastou mais de R$ 16,5 milhões, até 2023, com publicidade em, pelo menos, 48 jornais de bairro da cidade. Em troca, a imagem do prefeito tem sido promovida beneficamente em publicações distribuídas gratuitamente pela capital. Vários donos ou colunistas desses jornais têm ligação política com Nunes, inclusive, a mesma filiação partidária ou da base aliada.
Representações no Ministério Público e no Tribunal de Contas do Município pedem explicações sobre os investimentos já que a falta de detalhamento e comprovação de audiência dos veículos de informação são evidentes.
A prefeitura mantêm contratos com duas agências de publicidade. Inicialmente o valor era de R$ 160 milhões, mas saltaram para R$ 200 milhões. Há investigação no Ministério Público para investigar o por quê do ajuste.
...Contratos com indícios de conluio;
O site UOL divulgou que dos 307 contratos para obras emergenciais, entre 2021 e 2023, sem licitação realizados pela prefeitura de São Paulo, 223 têm indícios de combinação de preços entre empresas concorrentes. O Tribunal de Contas do Município já apontou “emergência fabricada” por Ricardo Nunes, recordista em obras sem licitação.
A maioria dos contratos emergência sem licitação vem da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras. Até o final de 2023, Ricardo Nunes já havia gasto R$ 4,9 bilhões. Os últimos quatro prefeitos da capital gastaram juntos em contratos emergenciais sem licitação, R$ 950 milhões.
...Cemitérios pós-privatização que assediam enlutados;
As quatro empresas que privatizaram os 22 cemitérios da capital e o prefeito Ricardo Nunes prometeram, em uma efusiva entrevista coletiva, em 2023, que uma série de serviços durante os funerais seriam oferecidos, como wi-fi gratuito, limusine para o corpo fúnebre, música ao vivo nos velórios, projeção de imagens nas paredes e até chuva de pétalas. Ledo engano.
Na verdade, essas empresas, além de não cumprirem o que prometeram, estão explorando a vulnerabilidade de pessoas enlutadas, que não vêm alternativa senão aceitarem os valores abusivos dos serviços para sepultamento. Há casos que alguns velórios e sepultamentos chegaram a custar R$ 77 mil. Sem nenhum daqueles supérfluos anunciados.
É possível ter acesso à gratuidade ou um valor bem acessível, através do serviço social. Os benefícios estão previstos em lei. Mas é preciso que o registro da pessoa que morreu esteja ativo no Cadastro Único. No entanto, dados do programa Polos de Cidadania da Universidade Federal de Minas Gerais mostram que, das 27 capitais, o município de São Paulo está em 26° lugar no ranking da taxa de atualização cadastral.
Servidor do serviço funerário que não quis ser identificado falou ao jornal Brasil de Fato que as empresas orientam os vendedores a “empurrarem” os caixões e serviços mais caros até o cliente ceder à pressão.
Para o diretor do Sindsep, João Batista Gomes, que representa os agentes funerários, “essas quatro empresas montaram um cartel em São Paulo e eles acabam extorquindo a população. A privatização foi um erro”, diz.