A Prefeitura de São Paulo marcou para hoje, 25/1, dia do aniversário de São Paulo, algumas inaugurações com a presença ostensiva dos secretários municipais, além, é claro, do Prefeito Ricardo Nunes. Autoridades em ano eleitoral fazem de tudo.
Uma dessas inaugurações foi da UBS Elisa Maria II, na Av. General Penha Brasil, 2.631, região da Brasilândia. No entanto, a população do bairro, um dos mais carentes da cidade, não têm muito o que comemorar.
“A situação é grave. Depois de dois anos de Covid no Brasil, a população da Brasilândia continua abandonada”, diz um panfleto que moradores organizados distribuíram hoje durante a inauguração da unidade.
Reclamam que não há profissionais da saúde suficientes para atendimentos dignos. Os que atuam na região estão nos limites das forças e ficando doentes. Muitos, inclusive, com a infecção da Covid-19. O panfleto diz ainda que “tem se tornado frequente relatos de conflitos entre moradores e profissionais em razão da demora do antendimento e da falta de assistência. Não conseguimos agendamentos para consultas medicas. A falta de remédios é constante. O atendimento é precário. Não há testes para Covid nas unidades. Os hospitais da região estão superlotados”.
Protestos no Centro
Os médicos das UBSs protestaram contra essa falta de atenção da Prefeitura. Manifestação na última quarta-feira, 19, foi em frente à sede da Prefeitura, no Viaduto do Chá.
Os médicos reclamam que estão sob intensa sobrecarga de trabalho e, com o agravamento da pandemia de Covid-19 e o surto gripal na cidade sofrem com o adoecimento físico e psíquico. Reivindicam do Prefeito Ricardo Nunes a contratação imediata de mais equipes para o atendimento, a garantia de condições mínimas de trabalho, entre outras demandas.
Uma carta aberta à população foi entregue durante a manifestação, em que os médicos explicam o que acontece nas UBSs. “Os médicos são considerados heróis nesse momento de pandemia, mas são heróis que comem, que se vestem e que moram. É muito justo a luta por condições adequadas de trabalho”, diz Lourdes Estevão, diretora do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de São Paulo.
Segundo o diretor do SindSaúde, Sindicato Estadual dos Servidores da Saúde, Silas Lauriano Neto, o sindicato está cobrando da Prefeitura a instalação de mesas técnicas de negociação para debater a falta de testes para a Covid-19 nas unidades básicas de saúde. Já o Simesp, Sindicato dos Médicos do Estado de São Paulo, que preparava a deflagração de uma greve da categoria, depois da proibição e multa diária imposta pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, participará de audiência de conciliação no próximo dia 27 e novo ato está marcado para o dia 28 de janeiro.