Devido a um dispositivo na Lei de Teto de Gastos, o Brasil poderá gastar um valor bem acima do que foi arrecadado em 2020. Isso se fez necessário por estarmos em uma situação de calamidade pública. A intervenção do Estado por meio de investimentos na área da saúde e através do pagamento do auxílio emergencial foi a única medida capaz de evitar um colapso social.

Em outubro, o Banco Central divulgou a estimativa de que no ano de 2020, o Brasil terá um rombo de R$ 871 bilhões de reais, devido ao aumento dos gastos e a queda da arrecadação. Este número leva em consideração uma queda de 4,7% do PIB, mas essa queda pode ser ainda maior, elevando assim o rombo para mais perto da casa de R$1 trilhão de reais.

Nesse cenário, a dívida pública pode chegar a mais de 90% do PIB, o que é péssimo. Mas, em um primeiro momento, o Brasil não deve ter problemas com a rolagem da dívida por causa da redução dos juros. Ou seja, mesmo a dívida aumentando consideravelmente, com a redução dos juros, o valor pago deve se manter próximo dos R$ 300 bilhões, como já ocorre. Conclusão, o Brasil só evitará a falência, enquanto estiver conseguindo pagar os juros da dívida.

O grande risco para essa aparente estabilidade, entre aumento da dívida e redução dos juros, é a inflação que já começa a dar sinais perigosos de crescimento. Se a inflação continuar subindo, como vem ocorrendo, o governo dificilmente vai conseguir manter os juros baixos e, deste modo, a dívida pública se tornará um grande problema para as contas do governo e a falência virá. Mas como a economia segue sob efeitos políticos específicos, devido à pandemia, o primeiro semestre de 2021 pode nos dar mais pistas sobre a questão do endividamento público.


 

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