Duas reuniões importantíssimas ocorreram nesta semana. Uma em Brasília outra em São Paulo. E podem ter dado o tom sobre o que poderá ser a Educação no país nos próximos anos.

Na quarta-feira, 15, a Direção da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), depois de muita insistência, conseguiu reunir-se com o Ministro da Educação Camilo Santana e parte do seu secretariado.

Camilo Santana, embora tenha tido um governo exitoso no Ceará, em particular, na Educação, iniciou sua gestão, digamos, preocupante. A forte influência que o Instituto Lemann exerce sobre seu secretariado, com é o caso da Secretária Executiva, Isolda Cela, indica um caminho, no mínimo, complicado para uma gestão petista, já que institutos como esse representam o que tem de mais privatista na Educação. Mesmo depois da fraude que provocou na contabilidade da Lojas Americanas, Lemann, o principal acionista e, ao que tudo indica, possivelmente, o responsável pela provável falência da empresa, parece que ainda influencia e tem credibilidade junto a equipe do MEC.

A disputa que o Ministério se meteu ao incorporar, quase que integralmente, as ideias dos institutos manifestam-se com relação à necessária revogação da reforma do ensino médio. Fruto da aliança com o governo golpista de Temer, o “Novo Ensino Médio” é um fracasso retumbante! Odiado por alunos e professores, quase que de forma unânime, ainda é defendido por secretários de educação e “intelectuais” financiados pela iniciativa privada.

Neste contexto, a Direção da CNTE apresentou, durante a reunião com o Ministro, a preocupação com a manutenção da reforma do ensino médio, assim como fez outras observações que já tinham sido objetos de estudos pela equipe de transição, mas precisavam ser reforçadas para o MEC. O presidente da Confederação, Heleno Araújo, considerou a abertura do diálogo estabelecido nesta reunião, “extremamente importante e fundamental”.

No dia seguinte, 16 de fevereiro, e também no caminho do diálogo, mas com desafios ainda maiores, parte da Direção da APEOESP, encabeçada pela presidenta e deputada estadual Professora Bebel, teve sua primeira reunião com o Secretário de Educação do Estado de São Paulo, Renato Feder.

A atual gestão ainda não deu nenhum indício de que irá comportar-se diferentemente da gestão anterior. No entanto, fez o que o PSDB foi incapaz de fazer nos últimos quatro anos; sentar-se à mesa com dirigentes sindicais legitimamente eleitos para representar os professores no Estado.

A presidenta da APEOESP, Professora Bebel, apresentou todas as demandas da categoria, desde melhorias salariais, até melhores condições de trabalho. O primeiro resultado positivo foi estabelecer uma “mesa de negociação permanente” para que estas e outras demandas sejam analisadas.

O ano iniciou com inúmeros desafios para a Educação, mas podem apresentar avanços se os governos mantiverem o diálogo aberto com as instituições sindicais que representam os trabalhadores da Educação.