Os últimos dois anos e meio não foram fáceis para quem acompanha as políticas de saúde no Brasil. As consequências da pandemia da Covid-19 em nossas vidas são imensuráveis.

Não foi fácil para nós, profissionais de saúde, que de alguma forma, nos envolvemos no atendimento dos pacientes diagnosticados com Covid-19 nos serviços de saúde, e também não foi fácil, na condição de deputado federal, na Câmara dos Deputados, enfrentar o negacionismo e o show de horrores da exaltação a medicamentos sem comprovação científica.

Sou médico infectologista e não era fácil entrar nos serviços de saúde, atender aos pacientes, muitas vezes em estado grave, chegar em casa e ver uma live do atual Presidente da República caçoando das pessoas que estavam com falta de ar, desacreditando na eficácia das vacinas, incitando as pessoas a questionarem o atestado de óbito que médicas e médicos faziam certificando a morte por Covid-19 e propagando o ódio.

Dia 18 de outubro é celebrado o Dia do Médico e tenho muitos colegas que, assim como eu, se dedicaram a estar do lado certo da história nesta pandemia. Defendendo a saúde e a ciência e, muitas vezes, colocando suas vidas em risco para salvar a de outro brasileiro ou brasileira.

Mais de 680 mil pessoas perderam suas vidas para essa doença, muitas delas poderiam ter sido evitadas se fossemos liderados e, definitivamente, governados por um representante que acredita na ciência e na promoção da saúde.

O Brasil, que sempre foi referência em campanhas de vacinação e programas voltados à prevenção da saúde, tornou-se uma vergonha mundial no combate a Covid-19.

Pelas vidas perdidas, pelos profissionais de saúde, pelas pessoas que sofrem com as sequelas da doença, pelos centenas de milhares de órfãos da Covid-19 e por todas as consequências da pandemia em nossas vidas, precisamos voltar a ter esperança.

Esperança na volta do fortalecimento do nosso SUS, esperança de um representante que olhe e acolha os brasileiros  que mais precisam e que acredite e confie na ciência.

Autoria
Alexandre Padilha é médico, professor universitário, Ministro das Relações Institucionais da Presidência da República e deputado federal licenciado (PT/SP). Foi Ministro da Coordenação Política no primeiro governo Lula, da Saúde no governo Dilma e Secretário da Saúde na gestão Fernando Haddad na cidade de SP. É colaborador do CCN Notícias
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