Debate entre os presidenciáveis realizado por um conjunto de empresas de comunicação, levado ao ar, ontem, 28 de agosto, pela Band foi chato, lento, engessado e manipulado para que não houvesse embate direto entre Lula e Bolsonaro, os principais líderes da corrida presidencial. Não por acaso. A grande mídia sonha com um Brasil neoliberal, mas sem Bolsonaro, por isso, correm atrás da terceira via. Perceberam a burrice que foi apoiar o golpe de Estado em 2016 e guindar o Capitão à presidência da República. Ajudaram a criar a barbárie.

Esse debate, portanto, não acrescentou em nada. Nem os candidatos. Ao final das contas, se não teve um claro vencedor – embora analistas estejam apontando que a desconhecida Simone Tebet (MDB), não tenha se saído tão mal – teve, sim, um claro perdedor: Jair Bolsonaro. O ponto alto de sua desgraça foi a agressão gratuita que desferiu contra a jornalista Vera Magalhães, confirmando sua misoginia. Sem falar em outras respostas rasas, sem conteúdo, eivadas de informações falsas para concluir a participação resgatando o lema fascista; “Brasil, Pátria e Família”. Um desastre total.

Lula não entrou em campo. Disseram pra ele jogar para o empate. E jogou. Foi atacado com as fakenews de sempre, mas conseguiu sair-se bem, embora poderia ter sido mais incisivo em alguns momentos.

Ciro Gomes foi coadjuvante de Bolsonaro. Faz campanha presidencial com a cabeça no Ceará – quando governou o Estado há mais ou menos 30 anos – e o tem como grande exemplo de administração. Esquece-se que o Estado é governado hoje pelo PT. Partido que adora dizer que é corrupto. Mas, ‘levou o dele’, quando Lula lembrou da sua omissão às vésperas do segundo turno das eleições presidenciais de 2018 ao viajar para Paris e não indicar em quem votaria. De resto, fixa-se num discurso tecnicista que o povão não entende e carregado de palavras difíceis.

Sônia Thronicke e Felipe D’Ávila, outros dois grandes desconhecidos do eleitor, pareciam ter aterrissado de uma nave vindo de um passado político e econômico do País, rejeitado e recusado pelo povo por várias vezes. Sônia revelou, talvez por ato falho, que pretende privatizar a Educação no país. Tentou corrigir em seguida, mas já era tarde demais. D’Ávila na mesma esteira privatista, pregou a destruição do Estado, confundiu conceitos e comparou alhos com bugalhos. Permanecerá na insignificância.

Vamos esperar outros debates. Tomaram que aconteçam, porque esse deixou a sensação de não ter existido. A Band e nenhum outro veículo de comunicação que realizou o debate foram incapazes de sair em defesa da jornalista atacada por Bolsonaro. Fosse em outros tempos....


 

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