Neste domingo, 19 de junho, realiza-se de forma novamente presencial a 26ª edição da Parada do Orgulho LGBT+, na Avenida Paulista, em São Paulo. O tema não poderia ser mais oportuno: vote com orgulho - por uma política que representa.
Trata-se de um momento de celebração da vida, do congraçamento, da diversidade e da pluralidade que são a essência dos seres humanos. Podemos ser diferentes na etnia, na cultura, nas nossas crenças, em género e orientação sexual, mas temos que ser iguais no direito à existência digna, à liberdade, à democracia e à cidadania.
Nos últimos anos, a sigla se ampliou para LGBTQIA+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros, Queer, Intersexuais, Assexuais), porque ampliou-se o espaço social para cada pessoa se afirmar como ela é de fato e não como uma parte da sociedade quer que ela seja. Isso é uma conquista da mobilização, da solidariedade, mas também de grandes sacrifícios ao longo da história.
Apesar desses avanços, o Brasil é o país onde mais são assassinadas pessoas LGBTQIA+. Neste país, lamentavelmente, existe quem ache um beijo entre pessoas do mesmo sexo, andar de mãos dadas ou outras demonstrações de alegria e afeto motivos para agredir, expulsar e até matar.
Em 2021, foram registradas 300 ocorrências de mortes violentas de pessoas LGBTQIA+, o que significa um aumento de 8% em relação ao ano 2020, de acordo com estudo do Grupo Gay da Bahia. Foram 276 homicídios e 24 suicídios. Uma morte a cada 29 horas. De acordo com o Observatório de Mortes e Violências contra LGBTI+, que reúne organizações da sociedade civil, o número de mortes em 2021 teria chegado a 316.
Por isso, é importante e necessário que as pessoas da comunidade LGBTQIA+ expressem publicamente o orgulho por existirem, por lutarem e por afirmarem seu espaço na vida e na sociedade. Não são poucos os gays, lésbicas, transgêneros que se destacam nas artes, no teatro, no cinema, na TV, nas ciências, nas escolas e universidades e em tantas outras áreas. E são também milhões de pessoas comuns que têm o direito de amar, trabalhar, criar seus filhos e continuarem a colorir um mundo cada vez mais cinza por causa dos preconceitos, dos retrocessos, da violência.
Por isso, a sociedade deve reagir com indignação e firmeza a cada momento em que se manifeste alguma forma de preconceito, discriminação e violência contra pessoas LGBTQIA+. Muito ao contrário, a sociedade deve incorporá-las cada vez mais, porque a evolução da humanidade passa por aprender e crescer com mais amor, respeito e solidariedade e todas as necessárias transformações de que necessitamos para superar o atraso e o obscurantismo passa também pelo nosso voto.