Coerentes com a situação crítica que representa o avanço dos casos de Covid e sua variante Ômicron, além do H3N2, três entidades que organizam mais de 250 blocos de Carnaval de Rua em São Paulo, anunciaram em um manifesto, divulgado, nesta quarta-feira, 5, que estariam cancelando suas respectivas participações no Carnaval, além de recusarem-se a transferir seus desfiles para o Autódromo de Interlagos, Zona Sul, conforme cogitou o Prefeito Ricardo Nunes.

O manifesto dos blocos é assinado pelo Fórum de Blocos de Carnaval de Rua de São Paulo, pela União dos Blocos de Carnaval de Rua do Estado (UBCRESP) e pela Comissão Feminina de Carnaval de SP.

O bom senso prevaleceu do lado de quem, verdadeiramente, faz a festa popular de Momo, na cidade de São Paulo. No entanto, pressionada pela realidade, de um lado, e mirando a demagogia política, de outro, a Prefeitura de São Paulo, em reunião realizada, nesta quinta-feria, 6, decidiu cancelar o Carnaval de Rua em 2022 e nem realizar o evento em Interlagos. Mas, não cancelou os eventos já programados pelos grandes blocos de Carnaval e nem pelos figurões da música popular brasileira, como Daniela Mercury ou Anitta, por exemplo.

Dessa forma, a Prefeitura aproveita-se da situação para deixar a grande maioria dos Blocos de Carnaval sem qualquer ajuda, enquanto, esforça-se para manter a festa dos grandes blocos e artistas intactos. Mesmo descaracterizando o Carnaval de Rua como “desfile” dos blocos, mas mantendo-os como “eventos culturais” em locais fechados, como o Memorial da América Latina ou o Jockey Club, as consequências desse Carnaval serão inimagináveis.

Em 2017, por exemplo, a Prefeitura organizou um Pré-Carnaval no Memorial da América Latina com lotação limitada a 10 mil participantes. Depois, fechou os portões. A aglomeração que se formou nas portas e ao redor do Memorial foi inacreditável. E é evidente que isso vai acontecer novamente com Daniela Mercury ou no Jockey-Club, com o show da Anitta.

O representante do Bloco de Carnaval Santana Descendo a Ladeira, João Victor, acredita que a decisão da prefeitura impactará diretamente na Democracia. “Ao optar por manter festas fechadas e pagas, a Administração Municipal abandonará aqueles que transformaram, em menos de uma década, o Carnaval de São Paulo, em um dos mais importantes do País. Abandonará os pequenos blocos, os pequenos produtores e os artistas populares”. Para João Victor, agora só resta aguardar que a Prefeitura cumpra a promessa de apoiar os profissionais da Cultura, tão afetados na pandemia e continuam sendo.


 

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