Escrevo esse texto às vésperas da Assembleia Estadual dos Professores, que se realiza em 21 de março na Praça da República, em frente à sede da Secretaria Estadual da Educação.
Esta assembleia discutirá a greve da nossa categoria por tempo indeterminado. Por que? No dia 19 de fevereiro protocolamos na Secretaria Estadual da Educação nossa pauta de reivindicações. Ocorre que o Governo do Estado simplesmente a ignorou. Nenhuma resposta, nenhuma reunião, nenhum sinal de diálogo ou negociação. É assim que esse governo, com Tarcísio de Freitas e o secretário estadual da Educação, Renato Feder, à frente, nos vem tratando há muito tempo. Por isso, a greve é uma possibilidade real.
A sociedade precisa se conscientizar que este não é um problema dos professores. As nossas condições de trabalho, a desvalorização da nossa profissão, a forma autoritária como somos tratados, o fato de apenas 2% das escolas estaduais serem climatizadas neste momento de calor extremo, as plataformas digitais, a imposição de escolas cívico-militares e a privatização das escolas afetam a qualidade do ensino para os filhos e filhas da classe trabalhadora que utilizam a escola pública.
O autoritarismo e o assédio moral nas escolas estão adoecendo os professores, como no caso da professora Analu Cerozzi, de Diadema, que no momento em que se queixava da pressão e das cobranças excessivas, infartou e faleceu no hospital.
Para melhorar essa situação, contribuímos com o Ministério Público para o ingresso de uma ação que determina a chamada de 44 mil profissionais da Educação aprovados em concurso. É absurdo que tenhamos metade dos professores na condição de temporários na rede estadual de ensino.
Também quero me referir ao absurdo que está acontecendo na região de Americana, Santa Barbara D´Oeste e Piracicaba, onde o Governo do Estado pretende instalar mais três praças de pedágio na Rodovia SP 304, já duplicada há 40 anos, que precisa apenas de conservação, tudo assegurado com os impostos arrecadados pelo IPVA. As rodovias no estado de São Paulo se tornaram um negócio lucrativo para concessionárias, um setor no qual o governador Tarcísio de Freitas transita com facilidade, por ter sido ministro da Infraestrutura no governo de Jair Bolsonaro.
Mais pedágios na região afetarão a vida de milhões de pessoas que residem e trabalham em todos os municípios ao longo daquela rodovia, tornando a vida mais cara. Também afetará os custos dos produtos que por ali transitam, trazendo aumento do custo de vida para os consumidores. Não podemos e não vamos aceitar esses novos pedágios. Nosso mandato popular está voltado para essa mobilização e estou promovendo articulações com prefeitos, vereadores, entidades, sindicatos e movimentos para impedir esse ataque ao bolso da população, e no próximo dia 2 de abril, promoveremos uma audiência pública, às 17 horas, para aprofundarmos as discussões sobre mais este ataque do governador ao povo paulista.
Na contramão dessa sanha arrecadatória do governador Tarcísio de Freitas contra a população trabalhadora, o presidente Lula assinou projeto de lei para isentar de Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil mensais, para isentar parcialmente quem ganha até R$ 7 mil e para taxar aquela parcela de pouco mais de 100 mil brasileiros que ganham fortunas e pagam proporcionalmente menos impostos. As isenções beneficiarão 10 milhões de contribuintes. Uma verdadeira justiça tributária.
Estamos na luta para melhorarmos nossa condição profissional, como trabalhadoras e trabalhadores da Educação e temos compromisso com os estudantes e suas famílias. Como cidadãs e cidadãos, lutamos por um país melhor, mais justo, com desenvolvimento sustentável do ponto de vista econômico e ambiental. Por isso, ficamos felizes com medidas que representam mais qualidade de vida e distribuição de renda e nos mobilizamos para evitar retrocessos e conquistar direitos.