O relatório apresentado pelo Ministério da Defesa ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) envergonha as Forças Armadas e representa, embora não com a força desejada pelos apoiadores de Jair Bolsonaro, um aval velado para atos antidemocráticos que ocorrem em frente a quartéis do Exército em diversas cidades do país. O relatório reconhece que não houve fraude, mas pontua ameaças imaginárias e suposições contra as urnas eletrônicas.
Tais atos, que perdem força a cada dia, representam uma resistência não apenas ao resultado das urnas, que elegeram o presidente Lula com mais de 60 milhões de votos. Representam uma investida contra a democracia brasileira e precisam ser combatidos como tal, inclusive na esfera criminal.
Até o momento foram denunciados pela Polícia Rodoviária Federal 40 pessoas e empresas organizadoras e financiadoras desses atos. Não podem ficar impunes. Da mesma forma, temos que ficar atentos a tentativas do atual governo de solapar a transição e dificultar o governo do presidente Lula antes da posse. Isso ficou nítido quando a equipe de Lula encontrou no CCCB local da transição, dezenas de agentes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), chefiado pelo general Heleno de Freitas, supostamente para "ajudar". Foram prontamente dispensados.
O chamado "mercado" reagiu negativamente à fala do presidente Lula contra o teto de gastos, para cumprir seu objetivo de combater a fome e garantir auxílio emergencial de R$ 600,00, aumento real do salário mínimo e a volta do Bolsa Família. O tal "mercado" fomenta a queda da bolsa e o aumento do dólar, mas aceitou e lucrou com desmandos de 4 anos do governo Bolsonaro. Esses especuladores não admitem que os pobres entrem no orçamento.
Defender a democracia é defender o direito a ter direitos. Por isso, estar presente à posse do presidente Lula no dia 1° de janeiro de 2023 é um gesto de amor ao povo brasileiro, sobretudo aos segmentos mais vulneráveis. É defender nossas conquistas e impedir retrocessos.
Em São Paulo temos muita luta pela frente. Lamentavelmente elegeu-se um forasteiro, que não conhece o estado e nossas necessidades. De imediato, lutaremos pela instalação de uma mesa permanente de negociação. Queremos carreira justa aos profissionais da Educação, reajuste e valorização salarial e profissional, condições de trabalho, devolução dos valores descontados de aposentados e pensionistas, concursos, fortalecimento e melhoria do IAMSPE e muitas outras reivindicações.
Queremos, sobretudo, serviços públicos de qualidade para toda a população. Conquistar tudo isso só será possível em ambiente democrático, no qual o respeito ao direito de organização e expressão seja um valor irrevogável.
Fiquemos atentos. A luta está apenas começando.