Neste ano de 2021, em 07 de maio, o bairro do Jardim Peri completará 70 anos de história. Ele teve início com o desmembramento de duas fazendas da região, propriedades de Peri Ronchetti. A fundação do bairro foi oficializada no dia 07 de maio de 1951, momento em que foi lavrada a Certidão de Registro de Imóveis das Terras.
Entretanto, seu loteamento teve início por volta de 1940, sendo seus primeiros compradores os moradores das regiões de Casa Verde e do Peruche, que buscavam refúgio ao fugir das enchentes do Rio Tietê. A primeira residência, em 1950, pertencia à família do construtor português Antonio Dias da Silva (emigrante em busca de melhores oportunidades).
Em 1970, com a vinda da Sabesp para instalar a tubulação do Córrego Guaraú, é que houve um aumento de moradores na região, graças à chegada de funcionários de outros bairros para esse distrito, cujos alojamentos instalados foram virando favelas, depois vilas e, finalmente, o bairro.
O Jardim Peri conta com Igrejas Católicas, Evangélicas, escolas particulares, estaduais e municipais, além de UBS, AMA 24 horas, agências bancárias e diversas linhas de ônibus. Seu centro comercial fica na Avenida Peri Ronchetti.
O bairro já acolheu e acolhe grandes talentos brasileiros, tanto no esporte como na música, como é o caso de MC Livinho e de Gabriel Jesus, além de ter hoje uma população de 80 mil habitantes. Se a região que se vive é determinante na construção de talentos, o Peri é um dos bairros que guarda a receita para o sucesso.
Um pouco dessa antiga história do bairro do Jardim Peri será contada por Rodolfo Rodrigues de Almeida, Seminarista e Mestre em História pela Pontifícia Universidade Católica, que está em processo de conclusão de um livro que abordará as primeiras construções da região.
Sua pesquisa começa a partir das propriedades que a Arquidiocese de São Paulo possuía no século XIX. Uma dessas propriedades foi uma fazenda localizada na região do Jardim Peri e Jardim Antártica que em 1854 foi comprada pelo Bispo Dom Antônio Joaquim de Melo (1791-1861), idealizador do Seminário da Luz – que foi construído com madeira proveniente desta fazenda. Os seminaristas já frequentavam a fazenda mesmo antes desta se tornar propriedade do Seminário. Em sua morte, o Bispo doou as terras por testamento. Essa história é o motivo pelo qual a fazenda era conhecida como Fazenda do Bispo.
A igreja manteve a propriedade desta fazenda até 1921. Algumas décadas depois a trajetória da região para se tornar o bairro do Jardim Peri começou. Das antigas construções, a casa principal não resistiu ao tempo. O que ainda temos é uma pequena Capela de aproximadamente 1860, feita de taipa de pilão – técnica comum de construção na São Paulo do século XIX, e a nova Capela, de aproximadamente 1903.
Para continuarmos tendo acesso a essa rica história da nossa região algumas medidas por parte do poder público são necessárias. A Capela precisa ter o seu processo de tombamento reestabelecido, assim como colocar em prática a criação do Parque Ecológico do Córrego do Bispo. Também se espera que a Secretaria do Verde publique o livro de Rodolfo Rodrigues de Almeida através do qual uma excelente pesquisa trará à luz esse passado deste importante bairro da Zona Norte.