Ocupei a tribuna da Câmara dos Deputados nesta semana para expressar minha indignação com o governador do meu estado de SP, Tarcísio de Freitas. Ele é o herdeiro político do Inominável e Inelegível. Suas atitudes governamentais seguem à risca a cartilha de uma política da morte, com ocorrências de brutalidades policiais aflorando pelo estado afora.
No meu pronunciamento trouxe uma série de perguntas que são de reflexão, porque o que aconteceu na terça-feira (21) na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, nos lembra os tempos sombrios da ditadura militar nas décadas de 60 e 70.
Foi nesse malfadado tempo quando o pau de aroeira comia no lombo de estudantes, onde e quando muitos foram torturados, mortos e alguns desaparecidos até os dias de hoje.
Estão programando voltar com esse modelo de Educação Cívico-Militar com as escolas voltado ao tempo da palmatória e do bedel?
Cabem perfeitamente para nossa reflexão conjunta várias indagações:
Será que aqueles policiais sendo também um dia filhos foram jovens? Será que aqueles policiais não são pais? Será que são robotizados e batem numa juventude que poderia ser um de seus filhos, ou seus irmãos mais jovens? O que leva um policial a enfrentar a juventude desarmada? Como é feito o treinamento e condicionamento desses policiais e sob quais condições psíquicas se encontra cada policial que desce o cacete na juventude que é o futuro do estado e o futuro da nação? Será que é por essa e outras que há tanto suicídio na Polícia Militar de São Paulo?
Uma polícia comandada por esse governador que um dia bate em professores e no outro dia bate nos alunos, que tipo de sociedade pretende esse governador com essa polícia? Como se já não bastasse o tanto de gente que essa polícia recentemente matou na Baixada Santista, a maioria pobres e negros, agora vem para dentro de uma instituição como Assembleia Legislativa de São Paulo espancar estudantes indefesos?
Será que foi para implementar esse tipo de política que a maioria dos eleitores de São Paulo importaram alguém de fora para governar nosso estado de São Paulo?
Precisamos saber qual o tipo de satisfação o Governador de São Paulo dará às famílias dos estudantes espancados e a sociedade de São Paulo e do Brasil sobre esse comportamento nefasto?
Até quando viveremos essa política de ódio e destruição, quando o que queremos é a empatia, o amor, a união e reconstrução.
Ou vamos ouvir impassíveis ele com sarcasmo disparar de novo contra as instituições de direitos humanos: “Pode ir para a ONU, para o Raio que o Parta...?