A entrega, na segunda-feira (24), do Prêmio Camões de Literatura ao cantor e compositor Chico Buarque pelas mãos do presidente Lula e do presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, foi um dos principais atos da extensa agenda de visita do governo brasileiro ao país europeu.  

Chico Buarque foi eleito para receber o prêmio em 2019, mas, segundo o governo de Portugal, a demora se deveu a dois motivos: a recusa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que não assinou a documentação necessária para concessão do diploma e o isolamento social imposto pela pandemia da Covid-19.

Por tudo o quanto Chico Buarque representa para as artes e a cultura do Brasil e dos países lusófonos, a deputada federal Juliana Cardoso (PT/SP) apresentou requerimento na Câmara do Deputados (nº 1304/23) para votos de louvor pela conquista do prêmio.  

Criado em 1988, o Prêmio Camões homenageia autores de língua portuguesa cujas obras se destacam na literatura e contribuem para enriquecer o patrimônio literário e cultural do nosso idioma.

Chico Buarque, em seu discurso, destacou que: “Por mais que eu leia e fale de literatura, por mais que eu publique romances e contos, por mais que eu receba prêmios literários, faço gosto em ser reconhecido no Brasil como compositor popular e, em Portugal, como o gajo que um dia pediu que lhe mandassem um cravo e um cheirinho de alecrim”.

E ainda criticou o governo antecessor. “Hoje, porém, nesta tarde de celebração, reconforta-me lembrar que o ex-presidente teve a rara fineza de não sujar o diploma do meu Prêmio Camões, deixando seu espaço em branco para a assinatura do nosso presidente Lula”, disse.

Para o presidente Lula a obra do Chico acompanha toda a História recente do Brasil e de Portugal. “Ela sempre se manteve atenta ao destino político e cultural de nossos países irmãos e mostrou que arte e cultura estão entrelaçadas com a política e os nossos ideais de liberdade e democracia”, afirmou.

“O voto de louvor da Câmara Federal significa o reconhecimento das obras de resistência de Chico Buarque ao autoritarismo e reafirma a nossa convicção nos valores democráticos e de liberdade para uma sociedade mais igualitária. É uma homenagem singela, mas justa”, declara a deputada federal.

Autoria
Juliana Cardoso é deputada federal eleita para o mandato 2023/2026. Faz parte da Comissão de Saúde e da Comissão de Mulheres, além de suplente na Comissão dos Povos Originários e Amazônia. É colaboradora do CCN Notícias
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