Em nota, distribuída nesta sexta-feira, 29/1, a presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP) e Deputada Estadual Professora Bebel (PT) aponta um “festival de contradições e desinformação” do Secretário Estadual de Educação, Rossieli Soaras (foto da capa de Fomaz Silva, da Agência Brasil), durante entrevista ao SPTV da Rede Globo, logo de manhã. Segundo a APEOESP, Rossiele tentou justificar a “intransigência” do governo que recorreu da liminar concedida pela Juíza Simone Gomes Casoretti, do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), que suspendeu a volta às aulas presenciais em todo o Estado. A medida também vale para a rede municipal e particular.

“O secretário se contradiz ao dizer que o governo desconhece o inteiro teor da liminar, mas, em seguida, discorre sobre o conteúdo da decisão, demonstrando, sim, que tem pleno conhecimento”. Para a APEOESP        , ao estimular o descumprimento de ordem judicial, o secretário comete atitude ilegal, criminosa e dá vazão ao pior tipo de negacionismo.

O Sindicato realizou uma pesquisa no ano passado para verificar o real estado das unidades escolares para uma possível volta às aulas presenciais e constatou que para seguir as determinações da OMS (Organização Mundial da Saúde) quanto ao número de alunos por sala de aula (20 no máximo),  o Estado deveria realizar uma estupenda reforma em todas as suas 5.681 unidades. O que até hoje não foi feito.

A pesquisa levou em consideração o tamanho padrão de cada sala de aula que é de 7,20m x 7,20m. Nesse espaço, hoje, 93,4% das unidades ultrapassam o limite de 20 alunos; 51% delas têm mais de 30; e 17,6% têm mais de 35 alunos (quase o dobro). As escolas não oferecem iluminação, ventilação, banheiros, pias, torneiras, cestos de lixo, quadras esportivas e 99% delas não têm ambulatórios ou enfermarias. Um cenário degradante que abriga 3,8 milhões de alunos, 343,7 mil professores e 74,3 mil trabalhadores da educação da rede estadual (ensino médio e fundamental). Ao todo, as três redes públicas (estadual, municipal e federal), contam com mais de 8 milhões de pessoas aglomerando-se num transporte público mal equipado e já superlotado.

“O secretário não pode alegar que as escolas possuem baixo índice de contaminação”, diz a Professora Bebel.

Além disso, para o Sindicato, incluir os professores no grupo prioritário de vacinação é reconhecer a vulnerabilidade do setor diante da pandemia. “É perfeitamente possível os professores, diferentemente, dos trabalhadores da saúde, realizar seus trabalhos de forma remota”, conclui Bebel.


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