A vitória do presidente Lula no dia 30 de outubro significou a derrota de um regime de extrema direita que pretendia se perpetuar no poder e destruir o Estado democrático e todas as conquistas sociais, econômicas, trabalhistas e ambientais alcançadas nas últimas décadas pelo povo brasileiro.

Apenas poucos dias de trabalho da equipe de transição designada pelo presidente Lula já confirmaram a extrema gravidade da situação do país, para além daquilo que é visível e perceptível nas ruas e na vida de cada um de nós.

Como Lula denunciou nos debates ocorridos no processo eleitoral, não há previsão orçamentária para a continuidade do Auxílio Brasil de R$ 600,00 (o valor previsto era de apenas R$ 400,00); não havia previsão para aumento real do salário mínimo, mas somente um ínfimo reajuste, assim como não há dotações suficientes para que o Brasil desenvolva políticas sociais que nos permita superar a gravidade do flagelo da fome e da miséria que hoje atinge grandes contingentes da população brasileira.

Não foi uma vitória qualquer. Derrotamos com a mobilização popular não apenas a reedição de um esquema criminoso e ainda mais ampliado de notícias falsas (fakenews), mas também o orçamento secreto (que poderá ser confirmado como o maior esquema de corrupção da nossa história), a atuação violenta de grupos extremistas (com assassinatos, agressões e ameaças armadas à luz do dia), a utilização de vasta rede de emissoras de rádio, TV e jornais.

O presidente Lula saiu desse processo com mais de 60 milhões de votos, o que representa um crescimento de 13 milhões de votos em relação ao segundo turno de 2018, quando Fernando Haddad disputou a presidência em lugar de Lula, que se encontrava preso de forma fraudulenta e ilegal.

Com Lula, voltou a esperança do nosso povo de poder se alimentar adequadamente, de ter emprego e renda, de poder sonhar com um futuro melhor por meio do acesso à educação de qualidade, a atendimento médico, à possibilidade de moradia digna. Não será fácil, porque a destruição realizada desde 2016 foi vasta e profunda. Será preciso reconstruir muita coisa nesse país.

Lamentavelmente, no estado de São Paulo teremos um governo com esse perfil de extrema direita. Por outro lado, a derrota de Bolsonaro foi tão expressiva, apesar do que demonstram os percentuais, que o novo governador terá que repensar alguns posicionamentos, tendo em vista a rejeição que a população expressou em relação a algumas políticas privatizantes e de retirada de direitos. Como servidora pública, cidadã, sindicalista e deputada estadual, não abrirei mão de reivindicar e trabalhar pelo atendimento das necessidades dos servidores, dos serviços públicos, dos profissionais da educação e da população que mais precisa.

Ao mesmo tempo, estaremos vigilantes e mobilizados para fazer valer o resultado das eleições em nível federal. Não nos intimidaremos pelas ações de grupos que não sabem conviver na democracia e que insistem e promover bloqueios, apelos a golpe militar e até mesmo agressões contra adolescentes, como ocorreu na cidade de Jundiaí, onde adultas invadiram um ônibus escolar e agrediram jovens estudantes que ali estavam sendo transportado. Esse fato é criminoso, precisa ser rigorosamente apurado e os responsáveis precisam ser exemplarmente punidos na forma da lei.

O país voltará à normalidade democrática. O presidente Lula venceu as eleições e já se iniciou o processo de transição. O Brasil viverá dias melhores e já estamos nessa caminhada. Nada fará nosso país retroceder.