Com o afrouxamento das regras de quarentena do segundo semestre de 2020, houve uma retomada das atividades econômicas, mas, ao contrário do que o Governo e o Ministro da Economia, Paulo Guedes, alegam, esta recuperação não é em forma de “V”, ou seja, existe um prejuízo econômico com a crise derivada da pandemia que não conseguimos recuperar.

Dois indícios nítidos desse prejuízo são a taxa de desemprego oficial em 14% e o aumento do endividamento das famílias.

Para Guedes, a retomada econômica só vai ocorrer com as reformas – repetindo o discurso usado nos últimos quatro anos, nos quais foram aprovadas as reformas trabalhista e da previdência sem resultar em crescimento e, muito menos, em renda para a maioria dos brasileiros.

Desta vez, os analistas mais sensatos divergem do discurso do Governo, visto que a vacinação em massa é apontada como o primeiro e mais importante passo para a recuperação econômica e, neste quesito, o Brasil não avançou de forma significativa. Mesmo com o Governador João Doria e o Instituto Butantan conseguindo iniciar a vacinação com a Coronavac, ainda estamos longe da vacinação em massa necessária. Na velocidade em que estamos só conseguiremos vacinar toda a população em quatro anos – o que é impensável.

Outra questão que o Governo negligencia é a inflação que subiu intensamente no final de 2020 e não dá sinais de arrefecimento. O mercado esperava um aumento da taxa Selic como forma de contenção da inflação, o que não aconteceu. Com isso, o Governo joga o problema para frente, mas sem alternativa: vai ter que subir os juros nos próximos meses.

Com essas duas pendências, que o Governo se nega a enfrentar ou se mostra incompetente para lidar, não podemos falar de retomada econômica e, a cada dia que passa, acumulamos um prejuízo maior.


 

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