A partida entre o Paris-Saint-Germain (França) e Istambul Basaksenhir (Turquia), no último dia 8, pela última rodada da fase de grupos da Liga dos Campeões, mostrou o quanto foi importante a luta contra o racismo no esporte. Foi o dia em que as duas equipes entenderam que não basta a luta solitária da vítima de racismo, e mostraram a importância, quando todos se mobilizam na luta.

A situação ocorreu aos 13 minutos do primeiro tempo, quando Pierre Webó membro da comissão técnica do Basaksenhir acusou o quarto árbitro do jogo, o romeno Sebastian Coltescu, de ter ofendido seu jogador com uso de termo racista: “retire esse negro”.O atacante Neymar, talvez influenciado pelo engajamento antirracista dos amigos e esportistas Leblon James e Lewis Hamilton, tomou à frente e se juntou ao companheiro Mbappé e ao atacante adversário Demba Ba, que questionou o quarto árbitro: “você nunca diz, ‘este cara branco’, você diz ‘este cara’. Então, me ouça, por que, quando você menciona um cara negro, você diz, ‘este cara negro?´”, questionou o atacante.

Em seguida, os atletas foram tirar satisfações com a arbitragem, afirmando que não iriam continuar a partida, enquanto o quarto árbitro estivesse em campo. Como não houve resposta, os jogadores dos dois times retiraram-se de campo.

O que diz a UEFA

A UEFA anunciou que irá fazer uma investigação profunda e afirmou que “o racismo e a discriminação em todas as suas formas não tem lugar no futebol”. A entidade máxima do futebol europeu também cancelou o cartão vermelho que foi dado por reclamação ao membro da comissão técnica.

A partida foi reiniciada no dia seguinte e terminou com o placar de 5x1 para o Paris-Saint-Germain e o atacante Neymar foi o destaque do jogo com 3 gols marcados.

Jorge Jesus

Ao ser questionado sobre a paralisação da partida entre PSG e Istanbul, o treinador Jorge Jesus, ex-flamengo e hoje, no Benfica, de Portugal, afirmou, “está muito na moda isso do racismo, só posso ter uma opinião concreta sabendo o que se disse, porque hoje qualquer coisa que se possa dizer contra um negro é sempre sinal de racismo”.

Infeliz opinião, Jesus! Só faltou falar, “a gente nem pode mais ser racista hoje, que mundo chato!”

Tal afirmação, cheia de conteúdo racista, nos faz refletir que tentar isolar isso como uma questão linguística ou como uma questão vocabular, é querer trazer a questão para o discurso raso e esconder o que está no fundo.

A luta contra o racismo não se trata de negros x brancos, se trata de uma luta humanitária. Se o racismo acabar, todos nós seremos beneficiados.


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