Vamos combinar? O esporte brasileiro está carente de um grande ídolo que seja consciente e atuante nas causas humanitárias. Gustavo Kuerten, o nosso “Guga”, com todo seu carisma e dedicação, foi o último que fez o país ter orgulho de um ídolo esportista. O tenista permaneceu 43 semanas como o número 1 do mundo no ranking ATP, em 2001.

Após a era Guga, a mídia tentou, por meio da espetacularização, criar alguns candidatos a ídolos: Anderson Silva, lutador de MMA; Gabriel Medina, surfista; e Neymar, jogador de futebol. Esses são alguns que alcançaram um alto nível de desempenho no esporte mas, infelizmente, não conseguiram o mesmo nível fora das competições, e suas atitudes nos deixaram ainda mais saudosos dos nossos ídolos do passado.

O Brasil e o mundo estão enfrentando uma pandemia mortal. No Brasil, temos um enorme agravamento dos efeitos da doença, que se deve à negação do vírus e às políticas equivocadas do presidente Jair Bolsonaro.

A forma como Bolsonaro está comandando o país na gestão da crise e a postura social dos nossos candidatos a ídolos nos faz perguntar: como seria a postura de um grande ícone esportivo do passado se hoje estivesse atuando? Será que veríamos Airton Senna dando uma festa de 5 dias para 150 convidados na sua casa de praia em plena pandemia? Ou então, Oscar Schmidt e Hortência fazendo arminha ao lado de Bolsonaro? Ou quem sabe, Adhemar Ferreira da Silva postando uma foto ao lado de um Senador denunciado por lavagem de dinheiro e organização criminosa?

Certamente, a postura dos nossos saudosos ícones esportivos, seriam algo parecido com o grande ídolo do esporte mundial da atualidade, Lewis Hamilton, que vem se posicionando positivamente e agradecendo a todo empenho dos profissionais da saúde, em especial aos médicos(as) e enfermeiros(as), além de orientar a população a seguir os protocolos de prevenção à Covid-19.

Infelizmente, na contra mão de Lewis, nossos projetos de ídolos permanecem adormecidos, demonstrando total despreparo e falta de consciência humanitária.

O grande aprendizado de 2020 para o esporte brasileiro, na verdade, foi um alerta, para não esperarmos um retorno positivo e uma conscientização de um esportista fruto de uma criação midiática, cujo único objetivo é o retorno comercial.

Para ser um grande ídolo, é preciso muito mais do que ser excelente em alguma modalidade esportiva. Para ser um ídolo é necessário ter maturidade e compreensão de que o esporte vai muito além de seus gols, pontos, saltos ou fotos no instagram.

Certamente nossa carência permanecera por décadas!


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