Não foi uma vitória estrondosa como gostaríamos que fosse. Mas, sem dúvida, foi uma vitória, ainda que parcial, de todos os sindicatos estaduais e municipais que lutaram muito (e ainda lutam), desde o ano passado, para a vacinação de todas as pessoas que trabalham no ambiente escolar.

Os sindicatos estaduais e municipais até foram à greve, reivindicando vacinação para todas e todos, independentemente da idade.

Os sindicatos estaduais e municipais, ao levantaram esta bandeira de luta, conseguiram mostrar à sociedade e para as autoridades municipais, estaduais e federais, que as reivindicações eram e são justas. Afinal, centenas de profissionais de educação, infelizmente, morreram. Mas, somente agora, as autoridades se movimentaram.

Parte da população, além de não compreender a mobilização dos sindicatos, acreditava que, incluir os profissionais da educação na primeira etapa de vacinação, seria um “privilégio”. Não. Não é. Foi a partir dos crescentes casos de contaminação e óbitos de profissionais nas escolas, cujos filhos estão matriculados, é que começaram a perceber o quanto o ambiente escolar tornou-se inseguro e uma ameaça à vida de seus filhos. Dai, somaram-se à luta dos sindicatos.

Os professores têm que estar vacinados para, inclusive, protegerem os estudantes. A luta, agora, vai continuar em outro patamar, já que parte das autoridades reconheceram a justeza das reivindicações dos professores.

Nessa primeira fase, a vacinação só atingirá 40% de toda a categoria. Mas, pelo menos, governo e prefeitos demonstram alguma preocupação com os professores. Sempre acreditei ser correta a vacinação dos profissionais de saúde, seguida de toda a população por ordem decrescente de idade. Ninguém disse que isso seria um privilégio. Não, senhoras e senhores. Nós profissionais da educação e policiais militares, que estamos na linha de frente, temos, sim, que sermos vacinados o mais rápido possível.

Lamento e considero execrável a atitude do presidente da República que, em abril de 2020, recusou a proposta de aquisição de 210 milhões de vacinas do COVAX, mecanismo criado pela Organização Mundial da Saúde, com a participação de 145 Nações. Pois o governo Bolsonaro, à época, disse não à vacina. Caso contrário, já teríamos iniciado a vacinação de 50% da população, em dezembro.

O governo federal foi irresponsável. Aceitou, depois de muita pressão nacional e até internacional, comprar vacinas para somente 10% da população. E agora, no último dia 21 de março, chegaram um lote de pouco mais de 1 milhão de doses. Absolutamente insuficiente.

A luta continua até que todas e todos que frequentam o ambiente escolar sejam vacinados, independentemente, da idade.

*Professor Roselei Julio Duarte é Diretor de Escola da Rede Municipal de Educação da Cidade de São Paulo e Colaborador do Blog / CCN -  Coletivo Comunicação de Notícias da Zona Norte.


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