Não vamos nos dar ao trabalho de relembrar os últimos 4 anos do governo Bolsonaro. Basta fixarmos o que nos foi revelado do último dia 2 de outubro, por ocasião da realização do primeiro turno das eleições, até o fechamento deste artigo. Em função disso, teremos a incumbência de não só eleger o presidente ou o governador do Estado, mas discutir que tipo de ser humano ressurgirá assim que sair oficialmente o resultado das urnas.

Em apenas 16 dias, descobrimos que Bolsonaro pensou em participar de um ritual de canibalismo; soubemos que ele pensou em fazer o aborto do seu filho Jair Renan (o Zero 4); que ele participa de reuniões em uma loja maçônica; nos chocamos ao ver que levou uma horda de arruaceiros, beberrões e mal educados para barbarizarem a missa no Dia de Nossa Senhora, nas dependências da Basílica, em Aparecida; nos envergonhamos e tivemos nojo ao ouvir ele mesmo dizer que ‘pintou um clima’ entre ele, um senhor de quase 70 anos, e uma menina de 13; ficamos estarrecidos ao ouvir da sua campanha a mentira sobre atentado contra o seu preposto aqui em São Paulo, Tarcísio de Freitas, na comunidade de Paraisópolis. O pior de tudo isso, e muito mais que não listo aqui para não tomar muito o seu tempo (misoginia, gordofobia, racismo e etc), é que tem muito brasileiro que pensa e faz exatamente o que Bolsonaro, o ‘mito’, pensa e faz.

Então, em qual país queremos viver?

Um país de bárbaros e estúpidos ou com pessoas civilizadas e cultas? Essa é a questão. A atuação de cada um de nós, democratas e progressistas, até o dia 30 de outubro, será fundamental. Vale pela luta por aqueles que pereceram em defesa da democracia, pela ciência, pela vida, pelo direito de se expressar com responsabilidade. Para isso, basta resgatar a história e verificar o que cada candidato fez para recuperar o valor do salário mínimo, para gerar empregos e distribuir renda, para a educação, saúde, moradia, transporte, combate à fome, estimular a cultura e etc. Garanto que, basta uma simples pesquisa no Google, para dirimir dúvida e derrubar quaisquer argumentos do outro lado. Porque, sinceramente, só resta ao candidato Bolsonaro tentar levar adiante pautas de costumes, como questões religiosas ou assuntos que se quer cabem às atribuições da presidência da República, para tentar não sucumbir de vez. Até porque propostas ele não tem. Nunca teve.

Afinal, o que conta, então?

  1. Acabar com a fome, de novo! Em 2014, a ONU relatou ao mundo que por ações do governo Lula, o Brasil estava fora, oficialmente, do Mapa da Fome. Bolsonaro, acabou com o Conselho Nacional de Segurança Alimentar; congelou o salário mínimo; abandonou a agricultura familiar; tirou dinheiro da merenda escolar e destruiu o Bolsa Família. A fome voltou.
  2. Cuidar da Saúde. Lula criou o Samu; duplicou investimentos na Saúde; Lançou o Mais Médicos, o Farmácia Popular. Dobrou a cobertura do programa Saúde da Família; construiu centenas de UBS e UPAs; e o Brasil Sorridente. Em três meses da pandemia do H1N1, 88 milhões de brasileiros já estavam vacinados. Um recorde mundial. Bolsonaro não construiu, não criou nada e acabou com o Mais Médicos e Farmácia Popular. Quanto à Covid-19, quase 700 mil pessoas morreram e descobriu-se na CPI que, na verdade, o governo atrasou a vacinação porque buscava quem vendesse vacinas pagando uma propina de, pelo menos,1 dólar por dose.
  3. Investir na Educação e na Ciência. De 2002 a 2015, o orçamento do MEC triplicou e, por isso, aumentou o número de jovens nas universidades que se multiplicaram pelo país; assim como escolas técnicas subiu de 140 para 562; quase 8,7 mil creches; mais de 30 mil ônibus escolares; mais crianças consumindo a merenda de qualidade nas escolas;
  4. Gerar emprego e renda. Com Lula, 15 milhões de empregos com carteira foram assinados. Dilma criou mais 6 milhões. Salário mínimo passou a ser reajustado acima da inflação todo o ano.
  5. Controlar a inflação. Basta controlar os preços que estão sob responsabilidade do governo. Botijão de gás era R$ 10 no tempo de Lula. Hoje, com inflação disparada, o botijão é quase R$ 50.
  6. Promover a igualdade regional. O PAC, o Luz para Todos, Projeto Cisternas, Transposição do Rio São Francisco (mais de 80%) entre outros investimentos, trouxeram equilíbrio econômico entre as regiões. E Bolsonaro? Indústrias como a Ford fecharam suas portas.
  7. Preservar o meio ambiente. Crescer, gerar emprego e renda sem agredir o meio ambiente. Lula cortou as emissões de carbono reduzindo o desmatamento. Com Bolsonaro, a devastação já passa de 13 mil Km por ano.
  8. Proteger as mulheres. Maior demonstração de respeito é conferir a administração do cartão do Bolsa Família e a casa do Minha Casa Minha Vida às mulheres. Além disso, criou o Disque-denúncia 180; Lei Maria da Penha; Casa da Mulher Brasileira; Lei do Feminicídio; Lei das Domésticas. E Bolsonaro, o que fez?
  9. Respeitar a diversidade. Lula sancionou o Estatuto da Igualdade Racial, para combater o racismo; aLei Maria da Penha, para proteger as mulheres; e garantiu o direito de pessoas transterem seu nome social nos documentos. Aumentou o número de pessoas com deficiência recebendo o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Sancionou a Lei da Liberdade Religiosa e o direito das igrejas se organizarem como quiserem.
  10. Valorizar a Cultura. Lula vai recriar o Ministério da Cultura, extinto por Bolsonaro, incentivar novamente os Pontos de Cultura; o Vale-Cultura; Centros de Arte e Esporte Unificados; o projeto Cinema Perto de Você e o Brasil de Todas as Telas, entre outras propostas. Bolsonaro perseguiu artistas e acabou com a produção cultural no país.
  11. Investigar a corrupção. Lula promoveu a independência do Ministério Público Federal, fortaleceu a Polícia Federal; criou a Controladoria-Geral da União (CGU) para fiscalizar servidores; lançou o Portal da Transparência; criou o Conselho da Transparência Pública e Combate à Corrupção; criou a Lei de Acesso à Informação. E Bolsonaro? Instituiu 100 anos de sigilo por atos que não consegue explicar ao povo. Isso vai cair.
  12. Lutar pela democracia. Lula é defensor ardoroso da democracia e das instituições democráticas. Disputou três eleições e nunca tentou tumultuar o processo. Bolsonaro ataca as urnas eletrônicas (paradigma em todo o mundo), agride jornalistas, ministros do STF e já insinuou que poderia promover um golpe no país.
  13. Defender a soberania. Lula diz que soberania não é só defender as fronteiras e as riquezas naturais do país, mas o povo ter direitos básicos de viver dignamente. Para isso, o Estado tem que ser forte, capaz de promover o crescimento e combater as desigualdades. Enquanto isso, Bolsonaro bate continência para a bandeira dos EUA.

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