Hoje, 6 de fevereiro, morreu, em 1694, Dandara dos Palmares, uma grande líder quilombola no Brasil colonial. Dandara foi mulher de Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares, localizado na Serra da Barriga, AL.

Dandara, ao contrário dos livros de história, que não costumam registrar a sua participação na luta pela libertação dos escravos no Século XVII, teve uma enorme participação na organização e na luta de seu povo na resistência contra o escravagismo que assolou o país por quase 400 anos. Exímia manuseadora de armas, capoeirista e estrategista, Dandara comandou junto com Zumbi o mais duradouro agrupamento de pessoas escravizadas que conseguiram fugir do cativeiro, além de acolher também outras populações marginalizadas, como brancos pobres e indígenas. Além da resistência armada, o Quilombo dos Palmares cultivava mandioca, milho, cana-de-açúcar, feijão, batata-doce e banana e o comércio de artefatos em cerâmica e madeira.

Desde o início das atividades, em 1630, o Quilombo foi alvo de ataques. O então líder Ganga-Zumba, tio de Zumbi, depois de anos de resistência, assina com a Coroa Portuguesa, em 1678, um armistício em que os ataques cessariam, o comércio liberado e os “palmarinos” seriam considerados livres, mas Ganga-Zumba teria de “devolver” os fugitivos recém-chegados e não aceitar mais o ingresso de ninguém. Zumbi e Dandara se opuseram e assumiram o controle do Quilombo dos Palmares para dar continuidade à resistência e a total libertação do povo escravizado.

Em 1694, Dandara é perseguida pelos soldados do governo português e, quando estava prestes a ser capturada com o cruel destino de voltar à escravidão, decidiu suicidar-se pulando de um penhasco no dia 6 de fevereiro. Zumbi foi morto pelas forças da opressão um ano depois, no dia 20 de novembro, quando foi Instituído o Dia Nacional da Consciência Negra, em 2003.

Não há registros se Dandara nasceu no Brasil ou foi trazida à força de algum país africano. Ao unir-se a Zumbi, teve três filhos: Motumbo, Harmódio e Aristogiton.

Com informações da jornalista Laura Aidar.


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