Horas antes do início dos protestos de servidores e usuários do Ambulatório de Especialidades Tucuruvi e do Pronto Socorro Municipal Lauro Ribas – Santanta, que aconteceu na manhã desta quinta-feira, 3, a Prefeitura divulgou um ofício assinado pela Coordenadora de Saúde Norte, Dra. Ana Cristina Kantzos, anunciando que estava cancelando o fechamento do PS Santana e transferindo todos os seus serviços para o AE Tucuruvi até que a reforma do PS fosse concluída.
Diz a Prefeitura que o AE Tucuruvi não comportaria receber os serviços de 24 horas do PS Santana, conforme já alertavam os usuários e os servidores de ambas as unidades. Dessa forma, segundo o Ofício da Coordenadoria Norte, o PS Santana manterá em funcionamento, mesmo com o início das reformas.
Segundo diretores do Sindsep – Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo – em nenhum momento, o Prefeito Ricardo Nunes se dispôs a conversar com a categoria e nem consultar os conselhos gestores dos dois serviços de saúde, assim como a Supervisão Técnica de Saúde. A decisão foi autocrática.
Manifestação
Apesar do cancelamento da transferência dos serviços do PS Santana para o AE Tucuruvi, servidores e usuários mantiveram a manifestação e denunciaram a política de precarização da Prefeitura na área da Saúde. “O problema não é realizar uma reforma. Queremos ampliar serviços de saúde e não prejudicar população no acesso ou trabalhadores para atender na demanda”, explicou inicialmente Vlamir Lima, dirigente do Sindsep.
Servidores tanto do PS Santana, quanto do AE Tucuruvi denunciaram a falta de respeito com a população, a falta de profissionais em plena pandemia da Covid-19, ausência de concurso, extinção de serviços por falta de recursos. Segundo informou o dirigente do Sindsep, a prefeitura deixou de usar R$ 7 bilhões na Saúde previstos no Orçamento de 2021.
Ainda segundo denúncias dos servidores, faltam no AE Tucuruvi atendimento médico de endocrinologia, pneumologista infantil, cardiologista e pequenas cirurgias, além da Prefeitura ter transferido os serviços de fisioterapia e reabilitação, hepatites virais, antitabagismo, e tratamento para tuberculose e hanseníase.
Apesar do recuo da Prefeitura, é sempre bom manter a vigilância e a mobilização constantes, alertaram usuários e servidores durante os protestos.
