Há duas semanas, o Porta dos Fundos, canal de humor no Youtube, com mais de 16 milhões de inscritos, postou um esquete chamado “Responsável”, que até o fechamento dessa matéria, contava com quase 600 mil visualizações. No esquete do Porta dos Fundos, o ator Fábio Porchat debocha e trata sua mãe, que não aparece em cena, de apenas 57 anos de idade, como se fosse uma velha gagá que precisa de “supervisão constante”, porque,  não tem a menor noção do que está fazendo, principalmente, quando está com o celular na mão. Participam ainda do vídeo, as atrizes Evelyn Castro e Noemia Oliveira.

Na própria postagem, o vídeo recebeu mais de 2,5 mil comentários, inúmeros criticando o Porto dos Fundos e Fábio Porchat. A repercussão foi grande nas redes sociais e ganhou também comentários nos grandes veículos de comunicação.

A escritora, publicitária, mãe, palestrante, influenciadora digital, Cris Guerra, de 50 anos de idade, também se indignou com a postagem de Porta dos Fundos. Em seu Canal do Youtube, desabafou a respeito do tal esquete. “Porchat, envelhecer não é para os fracos, ainda mais em país que palavra soa como crime. A longevidade, diga-se de passagem, é um dado muito recente da humanidade”, comenta.

A youtuber acusa Porchat de ter praticado “etarismo”, que é toda a forma de estereótipo, preconceito e discriminação, baseada na idade. Segundo Cris Guerra, esse tipo de episódio ajuda a colocar a mulher numa situação vulnerável. “O tempo passa, sim, para todo mundo, o tempo todo. Envelhecer, não significa não poder fazer as coisas, mas também não é a certeza de que eu posso tudo, aliás, eu nunca pude. Mas, eu te garanto, eu não troco os meus 50 pelos meus 20. Amadurecer é uma conquista, porque você precisa se cuidar para envelhecer, continuar vivo”, prossegue.

Cris Guerra tem razão. Esse tipo de preconceito não ajuda as mulheres no mercado de trabalho. Para finalizar, a youtuber compara o que significa envelhecer para o homem e para a mulher. “Para o homem, é diferente. O homem mais velho é encarado como ‘mais experiente’. Já a mulher mais velha, é considerada ‘acabada’.

The Voice +

Os programas das emissoras de televisão, não são grandes exemplos de contraposição a essa forma desrespeitosa com que a questão foi tratada pelo Porta dos Fundos. Mas, há inúmeros exemplos do contrário. A nova temporada do “The Voice +”, por exemplo, que está no ar pela Rede Globo, traz participantes com mais de 60 anos. São homens e mulheres incríveis entre 60 a 80 anos festejando oportunidades de se apresentarem em um grande palco para todo o Brasil. São artistas que, infelizmente, por um motivo ou outro, não puderam ganhar a vida com o seu cantar, mas jamais desistiram dos seus sonhos. Alguns até já brilham em outros palcos e plataformas digitais. Só desejam o reconhecimento nacional e a ampliação do seu público. São todos vitoriosos.

O “The Voice +”, na verdade, poderia ter prestado atenção em dois fatos: primeiro, por ter reunido o grupo de risco durante a pandemia pelo Covid-19. Mesmo com todos os protocolos de segurança nas gravações, atores da própria Globo, já tiveram o Covid durante as filmagens. Será que não poderia ter começado depois da vacinação? E depois, os próprios “jurados” poderiam também ter mais de 60 anos. Se muitos dos candidatos já têm uma longa história na música, cantando em bares com suas bandas, em casamentos, festas e etc. até podendo ter anos de carreira o mesmo que os jurados têm de vida, a Globo poderia muito bem ter convidado veteranos renomados para fazerem parte do programa, repassando suas histórias e experiências. Gente muito boa não falta. Quem sabe na próxima temporada?

Com colaboração de Thaís Linhares


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