O negacionismo da ciência e do conhecimento é motivo de gravíssimas consequências para a humanidade. Foi assim na pandemia de Covid-19 - sobretudo no Brasil, onde a omissão deliberada do governo Bolsonaro em relação à vacina causou a maior parte das 700 mil mortes - e assim vem sendo quanto ao aquecimento global e emergência climática.
Há pessoas que acreditam que a terra é plana, assim como há pessoas que acreditam que aquecimento global e emergência climática sejam invencionices, ainda que seus efeitos sejam visíveis e cada vez mais acentuados e devastadores. Enchentes, frio e calor extremo como o que estamos vivendo agora são reais e sensíveis para todos.
Quando o negacionismo perpassa ações governamentais, a situação se torna muito grave, pois afeta diretamente milhões de pessoas.
É o caso dos milhões de estudantes e professores que estão literalmente sufocados em salas de aula sem climatização, sem ventilação, em escolas estaduais que sequer possuem água gelada ou mesmo água natural em quantidades suficientes. São vítimas da omissão do Governo do Estado, que apesar dos sinais crescentes e evidentes de que chegaríamos à esta situação, não se antecipou, não formulou nenhum plano de ação e mesmo diante do fato consumado, age de forma lenta, desarticulada e sem nenhuma criatividade. Não há qualquer empatia com os que sofrem nas escolas, aliás, de maneira geral este Governo do Estado não tem empatia nem compromisso com as necessidades dos estudantes e dos profissionais da Educação.
Não estamos propondo o fechamento das escolas porque sabemos das dificuldades de acesso de milhões de estudantes às aulas remotas. Sabemos também que uma enorme parcela faz nas escolas a única refeição nutritiva do dia. O governo precisa dar solução urgente, que não prejudique os estudantes. Em casos extremos, a APEOESP recomenda que o Conselho de Escola seja acionado.
A questão ambiental e climática está na ordem do dia e o Brasil está no centro. Não por acaso, a cidade de Belém, capital do Pará, sediará, em novembro, a COP 30, conferência do clima promovida pela Organização das Nações Unidas. De acordo com projeções de um estudo da ONG Carboplan, em parceria com o jornal norte-americano The Washington Post, Belém será a segunda cidade mais quente do planeta até 2050. Será que até lá a humanidade terá condições de amenizar as manifestações do efeito estufa?
Este é um assunto que precisa estar nas nossas preocupações diárias, nas nossas conversas, nas nossas atitudes. Nós, da APEOESP, realizaremos um ato simbólico no dia 7 de março. Nossas subsedes farão o plantio de árvores em uma ou mais escolas em suas regiões. Um gesto para chamar a atenção de professores, estudantes, funcionários, pais e da sociedade e envolvê-los no debate. Um gesto para alertar o Governo do Estado.
Para além desse gesto simbólico, a APEOESP já incorporou a questão ambiental e climática em sua pauta é promoverá debates, estudos, cursos e pesquisas para conscientizar a categoria e as comunidades escolares.
E para lembrar: nossa pauta de reivindicações salariais, profissionais e educacionais foi entregue na SEDUC no dia 19 de fevereiro. O tempo está correndo e não recebemos nenhuma resposta. Temos assembleia no dia 21 de março. Se não negociar, é greve!