Mesmo em um cenário de desalento e desesperança, de feminicídio e desemprego, as mulheres deste País estão encontrando forças e abnegação para erguerem-se e dizer, em alto e bom som nesse 8 de Março que estão resistindo contra a fome, a miséria, a violência, querem vacinas para todos e fora Bolsonaro! Esse é o mote da campanha de pequenos atos presenciais (com a devida segurança) e manifestações online que acontecerão em todo País, a partir deste domingo, dia 7, até o dia 14 de março.

A programação nacional do Dia Internacional da Mulher vem sendo construída por 84 entidades representativas das mulheres. Como nesse ano não poderá haver manifestação de rua por conta da pandemia, manifestações serão realizadas em várias cidades. No entanto, uma “live”, com aproximadamente cinco horas de duração, foi programada para ir ao ar, no próximo domingo, dia 7, às 13 horas, para homenagear mulheres símbolo da luta feminista no país e no mundo, além de muito debate e intervenções culturais. A live será transmitida pelo facebook da Central Única dos Trabalhadores (@cutbrasil).
Reivindicações

Um manifesto das entidades que organizam o 8 de Março circula pelas redes sociais. Entre outras reivindicações, as mulheres cobram o impeachment de Bolsonaro e a quebra de patentes das vacinas contra a Covid-19. O manifesto aponta também as negligências do governo federal na pandemia; a perda de direitos constitucionais; a revogação da EC 95, mais conhecida como o “teto dos gastos”, que congela investimentos em saúde e educação; a retomada do auxílio emergencial no valor de R$ 600 até o fim da pandemia; fomento e crédito emergencial para a agricultura familiar.

As mulheres denunciam que em plena pandemia houve aumento da violência doméstica e da dependência econômica das mulheres. Pedem a compra imediata de vacinas contra a Covid-19 para toda a população e enfatizam a importância da defesa do Sistema Único de Saúde (SUS).

Desemprego

As mulheres ainda continuam sendo o segmento mais penalizado pela pandemia, com taxas de desemprego que chegam aos absurdos 45,8% da força de trabalho, em 2020. Para completar a tragédia, redução do auxílio emergência de R$ 600 para R$ 250 e a reformulação do Programa Bolsa Família, pelo governo federal, que excluirá milhões de mulheres do benefício.

Nesse sentido, as mulheres sindicalistas (de todas as centrais sindicais) realizam, na segunda, dia 9, outra “live” com especialistas e interação com o público sobre a conjuntura e a realidade da mulher trabalhadora. Esta “live” começará às 16h e também será transmitido pela página da CUT no Facebook.

Na Zona Norte

Na Capital, os atos de rua serão descentralizados e com menor concentração de gente para evitar aglomeração. As mulheres programam panfletagens, no dia 8, segunda-feira, nos terminais de ônibus da Cachoeirinha, Pirituba e Santana, às 7 horas da manhã; no terminal de Tucuruvi, às 16h; e na Estação Jaraguá, às 17 horas. Se for, vá de máscara, mantenha o distanciamento social.

 Thaís Linhares é Cientista Social e mestranda da Unesp


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