O pesadelo continua no ensino público estadual. Apesar de dois meses de recesso, os alunos da rede estadual de educação, pais, responsáveis e os professores continuam encontrando na volta às aulas, um ambiente degradado, sem condições de trabalho, além de perseguições e maus tratos contra professores e a comunidade escolar.

Reportagens do noticiário da TV mostram diariamente a tragédia em que se encontram as escolas públicas e o desprezo com que o governador Tarcísio de Freitas e, por extensão, a Secretaria de Educação, tratam do assunto. Há, inclusive, uma proposta do governador de cortar 10 bilhões de reais da Educação.

No entanto, ainda há um outro drama que o noticiário não traz: o assédio, a perseguição e a violência verbal com que gestores das unidades escolares dispendem contra professores e alunos.

A vilã e o estopim dessa tirania partem, geralmente, da tentativa das direções das escolas em impor o famigerado PEI (Programa de Educação Integral). Como enfrentam a oposição da esmagadora vontade dos professores e dos pais de alunos, e perdem, vergonhosamente, as votações que realizam, passam a perseguir e a afastar professores. No entanto, além disso, tem diretor(a) por aí que parte para a agressão também por outros motivos.

Em 2023, o caso mais emblemático foi a “briga” que a comunidade escolar e a diretora da EE Elza Saraiva Monteiro, no Jardim Peri, Profa. Valdenice de Oliveira Rodrigues Moura, travaram durante todo ano.  Entre fraudes comprovadas nas eleições para a implantação do PEI, acusações de corrupção, clima de terror, ofensas e assédio moral explícitos, acabou sobrando para a diretora que foi, para alívio de todos, afastada pela Diretoria de Ensino no final do ano.

No entanto, outro caso grave de perseguição, assédio, afastamentos injustificáveis e clima de terror acontece na EE Dr. Pedro de Moraes Victor, no Jardim Fidalgo.

Professores da Escola que não querem ser identificados relataram ao CCN Notícias um caso de perseguição implacável da atual Diretora, Profa. Márcia da Silva Domingues, contra uma das professoras da escola, hoje afastada, Simone Batista Vasconcelos. Eles próprios relataram indignados outros casos de afastamento e acusações contra, inclusive, alunos da escola.

Segundo relatou uma professora, sua colega, Simone Vasconcelos, desenvolveu ao longo de 17 anos de EE Pedro de Moraes, um intenso trabalho, desde as aulas propriamente ditas, à mediação de conflitos, quanto à zeladoria da Escola. Foi ela, quem, por exemplo, teria orientado e coordenado há algum tempo, um trabalho de revitalização, pintura, carpinagem e cuidados com uma horta que, ela mesma plantou, nas dependências da escola. Exatamente por isso, relatam os professores, que a Profa. Simone teve e ainda tem um grande apoio e respeito da comunidade escolar.

Quando tudo começou

O Programa de Escola Integral foi rejeitado, em 2021, por toda a comunidade com ampla maioria dos votos contrários. A razão é simples; muitos alunos teriam que deixar a escola e estudar em outras muito mais distantes. Sem falar que o público alvo principal, o ensino médio, não seria contemplado. A escola só teria, a partir da implantação do PEI, o ensino fundamental.

A proposta veio à tona novamente em 2022. A comunidade voltou a rejeitar, desta vez, com 90% dos votos contrários. Descobriu-se também problemas com desvio de recursos da escola e a antiga diretora foi denunciada e afastada. Em seu lugar assumiu a vice, Profa. Márcia Domingues. Na verdade, quem deveria ter assumido a gestão era o Prof. Júlio (efetivo) mas, ambos fizeram um acordo, a partir de um pedido da Profa. Márcia (categoria F), que estava à beira da aposentadoria.

O caseiro

A partir de então, as perseguições e os assédios se intensificaram. Alguns professores, funcionários, pais e alunos saíram em defesa do caseiro da escola, um senhor de 70 anos e com problemas de locomoção (ele sofreu um acidente de trabalho e, por isso, foi readaptado). Ele havia sido designado pelo vice-diretor para fazer serviços considerados não compatíveis com sua condição física. Ao pedir outras funções, a diretora não gostou, o desalojou da casa em que vivia e o afastou da escola. O próprio vice foi afastado por ela, após intensas e repetidas discussões sobre os métodos empregados por ela na condução dos trabalhos no dia-a-dia.

Vexame na delegacia

Márcia chegou a abrir um Boletim de Ocorrência contra o vice-diretor alegando agressão e, bizarramente, requereu a Lei Maria da Penha, sem que tivesse qualquer grau de proximidade com ele. “A história pegou mal na comunidade”, disseram os professores. O vice soube do caso entrou com um processo de injúria contra Márcia.

Continua...


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