Reajustar a economia para diminuir drasticamente a desigualdade, combater e acabar com a fome e tornar a sociedade mais justa econômica, social e politicamente. Alguém pode ser contra essas propostas? Ah! Pode ter certeza, leitor, que tem. Incluir bolsomínions nessa conta não vale. Essa gente é contra a vida!

Bastou a primeira entrevista oficial a uma grande emissora de TV, para Lula, que nem esquentou a cadeira presidencial no Palácio do Planalto, já ser atacado pelo chamado “mercado”, insuflados por seus porta-vozes.

Em entrevista à jornalista Natuza Nery, da GloboNews, Lula voltou a falar de seus planos para salvar o Brasil do caos deixado por Bolsonaro e resgatar a dignidade do povo brasileiro. Falou de política, sua relação com os militares e, claro, apontou seus pilares para a economia.

Nada diferente do que disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no Fórum Econômico Mundial, em Davos, Suíça, na terça, 17. As propostas não poderiam ter sido mais claras. Tanto que Haddad foi aplaudido por todos os presentes e noticiado em todo mundo. Haddad falou sobre compromisso com a Democracia (interna e externa); a retomada do crescimento econômico, mas com justiça social, sustentabilidade fiscal e ambiental; e o compromisso com o meio ambiente. Explicou o acerto da aprovação da PEC do Bolsa Família e de outras medidas para cobrir o rombo deixado por Bolsonaro; a volta do combate ao desmatamento e da redução da miséria e da pobreza, como o programa “Desenrola Brasil”, para cuidar das dívidas das famílias; a reforma tributária, que modificará a cobrança de impostos sobre o consumo; mudanças no Imposto de Renda, para desonerar os mais pobres e cobrar dos mais ricos e, assim, melhorar a distribuição de renda. Além disso, falou sobre a valorização do salário mínimo acima da inflação, para que as famílias de baixa renda voltem a consumir.

Haddad disse ainda que o governo Lula irá apostar em parcerias público-privadas e em obras financiadas pelo Estado. Investirá também na integração entre os países sul-americanos para que o continente se torne mais atrativos a investimentos estrangeiros.

Conclusão: O dólar caiu no Brasil e as expectativas cresceram.

No entanto, bastou Lula falar exatamente a mesma coisa na GloboNews para o “mercado”, por meio de seus porta-vozes, entrarem em ebolição.

No dia seguinte, o jornal O Globo, disse que Lula “erra grosseiramente na economia”. Diz o colunista Alvaro Gribel que Lula mistura conceitos antagônicos como o combate à pobreza e a austeridade fiscal. Além de criticar a posição do presidente sobre a independência do Banco Central e o aumento de impostos aos mais ricos.

A Folha de S.Paulo foi além. Recorreu a uma grosseira manipulação de imagens para sugerir, na capa da edição dessa quinta-feira, 19, que Lula tenha mais responsabilidade (?) na economia. Segundo a imagem manipulada, Lula ajeita a gravada, mas a imagem sobreposta de um vidro estilhaçado por um projétil dá a entender que há um recado por trás.

Já o chamado mercado rangeu os dentes. Durante reunião com sindicalistas para anunciar que o governo estuda aumento no salário mínimo, o dólar subia e a bolsa reduzia seus ganhos.

Na verdade, leitor e leitora, o maior risco à encomia não de longe passa por essas primeiras medidas do governo Lula. O pior risco são os calotes que bilionários como Lemann, Telles e Sicupira na Americanas dão na economia. Fraudes como essas podem obrigar os bancos privados e públicos a reservarem quantias absurdas para cobrir eventuais calores como esse na Americanas. Os caloteiros bilionários disseram que não vão botar a mão no bolso para salvar a empresa. Já imaginou se a moda pega?

Aliás, não são abundantes as matérias e editorias no noticiário nacional sobre esse assunto; o “risco Americanas” ou fotos com “vidros estilhaçados por tiros na cabeça de Jorge Paulo Lemann”. Ou alguém viu?


 

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