O mandato da vereadora Juliana Cardoso realizou, na segunda-feira (20 de dezembro), reunião ampliada do seu Conselho Político. Foi o último encontro virtual deste ano. O evento contou com a participação de 182 pessoas, entre apoiadores e ativistas de diversas frentes de luta.

Principal convidado, José Dirceu, ex-presidente do PT, se mostrou otimista, mas cauteloso em sua análise. “É um momento importante para virarmos a página do bolsonarismo e não é uma luta igual a que enfrentamos há 20 anos contra FHC. Não estamos tratando de um governo liberal de direita, estamos enfrentando um governo fascista. Temos que ampliar nossas alianças para derrotá-lo e para reconstruir o Brasil", afirmou.

Para o ex-presidente do PT a eleição não está ganha. “Vocês sabem os métodos que o Bolsonaro usa e a grande mídia vai estar contra nós. Mas temos forças. Sabemos fazer eleição. Nosso problema não é eleição. Nosso problema é manter apoio com base popular para sustentar o governo. Temos que fazer uma campanha de luta política para elevar o nível de consciência política dos trabalhadores e das trabalhadoras, mostrando o que é o nosso projeto e quem representamos", comentou.

Em relação à polêmica aliança para ter o ex-governador tucano Geraldo Alckmin como vice de Lula, José Dirceu lembrou que ela tem que passar pelo partido e tem que ser construída com programa de governo. “Primeiro, ela tem que ser aceita pelo partido. Vamos lembrar como foi com Alencar. A maioria era contra. Nós aprovamos a aliança com o PL com 52%. E, na segunda vez, ele foi candidato por unanimidade. Entrou no encontro e já foi aplaudido. É evidente que a candidatura de Alckmin não significa que o Haddad não vai poder criticar os governos tucanos do passado, apresentando o programa alternativo oposto ao Dória", disse. “Precisamos dar voto de confiança ao Lula. No Nordeste há muitos opositores ao Bolsonaro se juntando ao Lula e não são de esquerda”.

“Reconquistamos as ruas”

José Dirceu ainda comentou o resgate da credibilidade do PT. "A grande vitória desse ano foi a ocupação das ruas. Vamos lembrar. Não podíamos sair com a camiseta do PT, com a bandeira do PT. A gente apanhava. Nossas bandeiras eram rasgadas. E nós reconquistamos as ruas e reconquistamos a nossa dignidade. O PT voltou a ser um partido popular e o Lula é o candidato de menor rejeição e maior aceitação", analisou.

O dirigente do MST (Movimento Sem Terra), Gilmar Mauro, chamou a atenção para a importância da mobilização popular. “O nosso desafio vai além de ganhar a eleição e o Lula tomar posse. Precisamos estar fortalecidos para as mudanças históricas que a o povo e a sociedade exigem”, afirmou.  

O coordenador da CMP (Central dos Movimentos Populares), Raimundo Bomfim considerou 2021 como o melhor ano para as forças progressistas, desde o golpe que depôs Dilma, em 2016. “Apesar de estarmos bem do ponto de vista político, isso não se reflete nas condições do povo que não são das melhores”, disse. “Temos de fazer uma campanha para acumular forças para que Lula eleito possa reverter pelo menos parte de todos esses retrocessos do governo Bolsonaro. E isso só com mobilizações populares”. Ele terminou sua intervenção conclamando a todos para participarem das manifestações conta a Carestia, pelo Emprego e por Comida.   

Após a exibição de vídeo com as principais atuações do mandato em diversas frentes e nos territórios, os participantes inscritos fizeram uso palavra.

A vereadora fez o encerramento do evento. “Tanto a questão do vice quanto o da Federação de Partidos precisam ser mais debatidas para que os filiados possam entender melhor, para que nossas bases sejam ouvidas”, disse. “O governo Bolsonaro é traiçoeiro. Mas, nosso desafio é sempre nas ruas, organizando as lutas populares”, finalizou a vereadora.