O mercado já sabe, perfeitamente, quais serão as consequências para a economia quanto a pressão que Bolsonaro exerceu para trocar o comando da Petrobras. Com a saída do liberal Castelo Branco e a imposição do Gal. Joaquim Silva e Luna, o Ibovespa despencou na manhã desta segunda, 22/2, aproximadamente, 4% puxada pela desvalorização de 17% da Petrobras, e de quase 10% das ações do Banco do Brasil e Eletrobrás. O mercado financeiro percebeu que o governo federal vai interferir nos preços da gasolina e da energia elétrica para que a inflação não exploda e, de quebra, diminuir as críticas que vem sofrendo, até de grupos aliados como os caminhoneiros.

Essas mudanças significaram mais uma derrota imposta ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e a todos os liberais do governo, em detrimento de setores que vêm ganhando espaço. É nítida a mudança da correlação de forças dentro do governo Bolsonaro nos últimos dias. Se Bolsonaro foi eleito, sobretudo, com o apoio dos liberais e conservadores mais radicais, esses estão sendo excluídos do processo de tomada de decisão. Bolsonaro só os consulta pontualmente e para cumprir funções secundárias. A omissão de Bolsonaro ao não defender publicamente a liberdade do Deputado Daniel Silveira, representante da ala ideológica do governo, e a demissão de Castelo Branco da Petrobras mostram o quanto esses grupos que lançaram Bolsonaro à presidência, perderam espaço para os militares e, especialmente, para o novo sócio do governo, o “Centrão”.

No entanto, não se engane. O desprestígio dos liberais não significa o início de um divórcio com o mercado. É preciso lembrar que o Centrão compactua com parte da agenda liberal brasileira. A verdade é que a medida liberal do governo Bolsonaro agora é ditada pelo Congresso e não mais por Paulo Guedes.


 

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