Quando parecia que o “climão” na EE Pedro de Moraes, no Jardim Fidalgo, entre a diretora Márcia Domingues e o seu vice, e o episódio do afastamento do caseiro já haviam sido superados, a tensão voltou a tomar conta da Escola.

Professores que preferiram não ter suas identidades reveladas por medo de sofrerem represálias, disseram ao CCN Notícias que outro episódio marcante foi o afastamento da professora Simone Vasconcelos, acusada de fazer algo que, sabidamente, não fez.

Os professores contaram que Simone trabalhava à época na Sala de Atendimento Educacional Especializado (AEE) e tinha como função identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas, conforme determinações do Ministério da Educação. No dia 16 de agosto de 2023, conforme relataram os professores, a coordenadora desse serviço, Márcia Herrera, acusou Simone de ter comentado com a mãe de um aluno que ele havia sofrido bullying, devido à sua condição e o trocado de sala de aula, indevidamente. “Todos sabem que não foi ela, até porque aquele aluno não era da sala dela”, disseram.

Desde então, as agressões foram se intensificando, a ponto de, em novembro, a Escola ter entregue à Diretoria de Ensino um relatório de oito páginas, acusando Simone de não ter realizado suas demandas; como fazer chamada, não cuidar dos alunos, e de ter mudado o aluno da sala e avisado aos pais sobre o bullying. Algo que, efetivamente, e comprovadamente, não fez.

Grêmio

Historicamente, dizem os professores, Simone sempre teve um excelente relacionamento com o Grêmio Estudantil da Escola. Sempre que podia, orientava e aconselhava os meninos. Contam que um dia, um grupo de estudantes a procuraram para pedir conselhos sobre como procederem diante de um caso de abuso sexual cometido pelo professor de Educação Física.

“A Simone orientou os meninos direitinho”, disseram. Pediu que eles redigissem uma cartinha e a entregassem na diretoria para as devidas providências. Além disso, o Grêmio estava programando um ato em que consistia na colocação de alguns cartazes (Diga Não ao Abuso Sexual), as meninas viriam às aulas vestidas de rosa e os meninos de preto e fariam um vídeo relatando o fato. Terminado o ato, voltariam à sala de aula. Mas, a atividade foi encarada pela diretora Márcia Domingues como uma tentativa de “baderna” e “vandalismo” e acusou Simone de incentivar e liderar o protesto. “Ela jamais faria isso. Tem 17 anos de escola, fez campanha para limpar e pintar as paredes, promoveu semana de recreação, fez uma horta, participou de vários mutirões, a comunidade a respeita, jamais incentivaria violência”, disseram.

Mas, no dia em que os representantes do Grêmio foram entregar a carta, a diretora passou a agredi-los. Alguns começaram a chorar. E, para concluir, a diretora obrigou os alunos e a própria Simone a passarem junto com ela, de sala em sala, para desmarcar o protesto.

Continua...


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