O presidente do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos e Diversões do Estado de São Paulo (SATED-SP), Dorberto Carvalho, lamentou os acidentes que ocorreram na tarde de quinta-feira, 25, quando uma estrutura de um dos estandes instalados no Autódromo de Interlagos, onde se realiza o Lollapalooza Brasil 2022, desabou devido às fortes chuvas. O noticiário informou que uma pessoa precisou ser hospitalizada. Outra estrutura do palco principal do festival também caiu com as chuvas, mas não feriu ninguém. A organização do evento não se manifestou sobre o assunto.
Segundo Dorberto, pelas imagens divulgadas percebe-se que “houve alguma falha na montagem das estruturas”. Dorberto explica que o SATED-SP vem denunciando a organizadora do festival, a Time For Fun (T4F) que, reiteradamente, tem utilizado mão de obra não qualificada e não habilitada nas normas regulamentadoras de segurança.
O SATDE-SP, além de fazer um Boletim de Ocorrência no 48ª DP, entrou com uma representação no Ministério do Trabalho e no Ministério Público do Trabalho contra a empresa para investigações. Dorberto explica que o Sindicato vem recebendo inúmeras denúncias contra a T4F que, mais uma vez, utiliza de mão de obra de moradores do Albergue Esperança para função de montadores e carregadores. “Não somos contra a contratação de trabalhadores em situação de rua, pelo contrário, defendemos que esses trabalhadores recebam diárias e alimentação condizentes com a jornada de trabalho e tenham treinamento e habilitação em segurança do trabalho realizado”, explicou em seu perfil no Facebook.
Além de recusar-se a assinar um termo de ajuste de conduta reconhecendo sua responsabilidade pelo “recrutamento” de pelo menos duas centenas de trabalhadores sem qualificação profissional, sem preparo com as normas de segurança e sem enviar os contratos para o Sindicato, segundo as denúncias, a T4F teria contratado essas pessoas por apenas R$ 60 por uma jornada de 12 horas de trabalho.
Rede Globo
A Rede Globo de Televisão, uma das patrocinadoras do evento, até o momento, não se pronunciou sobre esses assuntos. Dorberto Carvalho diz que a empresa Time For Fun tem histórico de não pagamento de atestado médico de mulheres gestantes e contratação de mão de obra em trabalho análogo à escravidão.