Há mais de duas semanas a população gaúcha vivencia uma calamidade sem precedentes. Mais de 60% dos municípios do Rio Grande do Sul, totalizando 458 cidades, foram afetados por um impressionante volume de água. A capital, Porto Alegre, e muitas outras cidades se encontram praticamente submersas.

O fenômeno foi previsto pela ciência, por organismos internacionais vinculados ao meio ambiente, por lideranças, ativistas, governantes e personalidades comprometidos com a preservação das condições de vida no planeta. A emergência climática, decorrente do aquecimento global e da exploração descontrolada dos recursos naturais, é uma realidade. Neste momento, outros países, como a China, Estados Unidos, Quênia, Emirados Árabes Unidos, para citar alguns exemplos, enfrentam também enchentes de grandes proporções.

No Rio Grande do Sul, já se contam 151 mortes e mais de 2 milhões de pessoas afetadas. O Brasil se uniu em solidariedade aos gaúchos e de muitos países chegam manifestações de apoio e donativos. O New Developement Bank, o Banco do Brics, presidido pela ex-presidenta brasileira Dilma Roussef, está destinando R$ 5,1 bilhões para a reconstrução do estado. A APEOESP, por meio de suas subsedes, sede central e colônias de férias, participa da coleta de donativos.

O governo do presidente Lula agiu imediatamente para socorrer o estado do Rio Grande do Sul, já a partir do segundo dia. Deixando qualquer diferença política de lado, o presidente Lula já visitou o estado três vezes nos últimos 12 dias. Já foram liberados mais de R$ 51 bilhões para socorrer a população, para obras de contenção, para a recuperação emergencial de pontes e estradas, para serviços de saúde e para o processo de reconstrução. Lamentavelmente, é iminente o colapso dos serviços de saúde, face à proliferação de doenças causadas pelas enchentes e pelo mau tempo.

Cada família afetada receberá um Pix de R$ 5 mil e o Governo Federal providenciará nova moradia para quem perdeu sua casa.

O esforço do Governo Federal (incluindo grandes contingentes de militares do Exército, Marinha, Força Aérea, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal e Força Nacional), de governos estaduais, das autoridades locais e o trabalho de um verdadeiro exército de voluntários, conseguiu resgatar mais de 80 mil pessoas, milhares de animais e vem atendendo as vítimas nos abrigos, além de garantir a distribuição de alimentos e demais doações. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) também se destaca neste trabalho. Embora os assentamentos também tenham sido atingidos, o MST já havia produzido e distribuído mais de 12 mil marmitas até o dia 14 de maio.

Em meio a tudo isso, pessoas sem escrúpulos se dedicam a espalhar mentiras e calúnias por motivações políticas. São militantes bolsonaristas que obedecem prováveis orientações de um centro de comando, repetindo à exaustão nas redes sociais fakenews destinadas a desacreditar o governo Lula. A consequência dessa irresponsabilidade criminosa é a geração de insegurança e um falso clima de descoordenação e de omissões que não se comprovam na prática.

Quando a situação estiver sob controle, será preciso, sim, apurar responsabilidades pelo ocorrido e tomar medidas preventivas. O Estado do Rio Grande do Sul quase nada investiu em políticas preventivas e, mais que isso, o governador Eduardo Leite alterou quase 500 dispositivos das leis ambientais, fragilizando as defesas contra esse tipo de catástrofe. O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, não investiu um centavo nas defesas da cidade e queria derrubar o muro de contenção do Guaíba para privatizar a orla. Tudo isso será apurado no devido tempo.

 

Agora é hora de manter a união, divulgar apenas informações verdadeiras, continuarmos solidários com nossos irmãos gaúchos e trabalhar muito para tentar proteger todas as regiões brasileiras de futuras ocorrências.

Em Piracicaba, abandonou-se qualquer preocupação com o meio ambiente e com medidas neste sentido, com centenas de árvores cortadas e com outro tanto sendo ameaçadas de corte, sem qualquer discussão com a sociedade. Temos o Rio Piracicaba que se torna muito caudaloso de tempos em tempos, temos córregos e já vivemos em menor grau situações muito preocupantes. É importante que governe a cidade quem tem realmente preocupação com a preservação da vida dos piracicabanos, em todos os seus aspectos.

O tempo urge.

Autoria
Professora Bebel é deputada estadual pelo PT e segunda presidenta licenciada da APEOESP
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