O 8 de março, Dia Internacional da Mulher, simboliza para todas as mulheres do mundo a luta por existência digna, direitos, afirmação de sua identidade e luta contra preconceito, machismo, misoginia, violência e feminicídio que, lamentavelmente, marcam a nossa existência.
Sim, houve incontáveis avanços nos últimos cem anos. Mais ainda nas décadas finais do século passado e início deste. Mas há também retrocessos, frutos do avanço de uma direita intolerante e autoritária, não apenas no nosso país, mas em diversas partes do mundo. Para não falar em costumes arcaicos enraizados em sociedades patriarcais, que se reforçam em muitos países, com as vitórias eleitorais ou militares de grupos retrógados que querem perpetuar situações de opressão e subserviência das mulheres.
Há também exemplos de luta e de coragem. Enfrentando perigos e ameaças, lideranças femininas se levantam, resistem, propagam sua voz e sua luta por meio das redes sociais, dos meios de comunicação, em todos os espaços onde seja possível se manifestar, denunciar e conclamar a humanidade a superar o patriarcalismo e a discriminação.
Pertenço a uma categoria profissional formada por, pelo menos, 84% de mulheres. Sentimos e vivemos no nosso cotidiano o preconceito e o machismo estrutural presente na nossa sociedade. Sabemos, porém, que a educação cumpre um papel fundamental para a superação dessa cultura. Não apenas a educação formal, nas escolas, mas o processo educativo que perpassa nossa vida diária, nos diferentes espaços de convivência social, na família, nos sindicatos, nos parlamentos, nas instituições formais e informais. Todo lugar e momento é uma oportunidade para estabelecer outro tipo de relacionamento social baseado no respeito e reconhecimento mútuo e na valorização da vida.
Presido a APEOESP, uma entidade que possui uma secretaria específica para assuntos das mulheres. No meu mandato como deputada estadual, um dos eixos de trabalho é a luta em defesa dos direitos das mulheres. Um de meus projetos mais importantes é que institui o Programa Rede Segura, de combate à violência doméstica no Estado. E há outros projetos de minha autoria que buscam assegurar os direitos das mulheres.
Também sou Procuradora da Mulher da ALESP, reeleita em 2021 para essa função, e nela procuro estabelecer um diálogo com todos os deputados e deputadas sobre a necessidade de a Assembleia Legislativa de São Paulo seja protagonista do combate à violência contra as mulheres em todas as suas formas, não somente quando se trata de violência física. Por isso nos posicionamos firmemente no recente caso de assédio sexual em plenário, assim como nos manifestamos em outros casos de assédio e violência durante atividades ocorridas em espaços da Casa, sejam presenciais ou virtuais.
O Dia Internacional da Mulher é uma oportunidade para celebrar conquistas, lembrar e homenagear todas as protagonistas de nossas lutas ao longo do tempo, mas é sobretudo uma data para renovar nossa união e nosso compromisso, homens e mulheres que constroem uma sociedade verdadeiramente democrática, igualitária e justa, onde não haja espaço para perseguições, discriminações, preconceitos e violência contra as mulheres.