A Professora Patrícia Souza, da E.E.Ermano Marchetti (Chácara Inglesa, Zona Norte), faleceu no departamento de perícias médicas. A professora estava aguardando na fila de cirurgia para endometriose e chegou a ser internada no Hospital do Servidor Público Estadual, Iamspe. A equipe médica do Iamspe deu alta para a professora e um atestado de dois dias. No entanto, a professora que estava bastante debilitada foi obrigada a procurar atendimento médico em outro local para prorrogar seu afastamento. Na última terça-feira, dia 08 de novembro, a professora foi realizar a perícia passando mal, foi encaminhado para Santa Casa de Misericórdia, mas segundo familiares ela já estava em óbito. Morreu no departamento de perícias médicas.
O caso da professora Patrícia evidencia o sucateamento e a privatização do Iamspe e da saúde pública. O hospital do Servidor Público Estadual tem sido há anos alvo das medidas econômicas dos governos do Estado de São Paulo. Há tempos fazemos a denúncia do processo de sucateamento e privatização. Patrícia vinha sofrendo com dores fortes por meses seguidos. Ela estava internada no servidor, ao invés de ter tido alta deveria ter recebido assistência médica e encaminhada para cirurgia. Não estava em condições de trabalho e precisou recorrer a outro médico para prorrogar seu afastamento. Patrícia morreu poucos dias depois de ter recebido alta, sem fazer o procedimento cirúrgico necessário, e sob o descaso das políticas para a saúde e no departamento de perícias médicas.
Outro ponto preocupante é como o governo do Estado organiza as perícias médicas para conceder os afastamentos por motivo de saúde. Pessoas operadas, com doenças infecciosas, em recuperação de cirurgias são obrigadas a participar de perícias médicas nos momentos mais críticos de seu estado de saúde e muitas vezes, tem suas licenças negadas. O servidor tem o prazo de quarenta e oito horas para apresentar atestados e as perícias são marcadas de imediato, independente da gravidade do servidor.
A professora Patrícia sempre esteve presente nas lutas e denunciava frequentemente o descaso do governo. Sua morte evidencia a negligência do governo com relação à saúde do servidor, a política perversa de privatização e sucateamento do Iamspe e a logística nefasta e de barbárie que os servidores públicos estão submetidos no departamento de perícias médicas.
Não vamos aceitar nenhuma negligência!
Contra a política de sucateamento e privatização do Iamspe!
Contra a política nefasta imposta pelo departamento de perícias médicas do Estado!
*Professora Patrícia, presente hoje e sempre!
Texto do jornalista e professor da rede estadual Alexandre Linares