Um professor da rede municipal de ensino de São Paulo, que não quer ser identificado para não sofrer represálias, entrou em contato com o CCN Notícias para denunciar que a Secretaria Municipal de Educação da Capital enviou recentemente às escolas públicas, aproximadamente, 24 lanternas de LED. Na caixa, onde estão contidas as lanternas, há uma foto de um suposto “franco atirador” portando uma metralhadora e em posição de tiro.

Indignado, o professor revelou ainda que, depois dos protestos contra as apelidadas “Lanternas da Morte”, a Secretaria, ao invés de recolher as lanternas, enviou etiquetas para que os funcionários das escolas cobrissem a imagem do “atirador”.

“Eu acho isso o cúmulo. Primeiro, que é inaceitável a gente receber um material que faz alusão à violência. Segundo, é claro que as etiquetas serão facilmente removidas e nós não podemos compactuar com a apologia à violência”, disse.

O professor acredita que a Secretaria não verificou o material que estava enviando às unidades escolares, muito menos a Coordenadoria Pedagógica, COPED, que é quem define materiais e recursos educacionais entre outras atribuições, conversou com a Comissão de Compras. “Eu me pergunto se foi desleixo ou foi intencional”, diz o professor.

O professor diz que o episódio abre um gravíssimo precedente para o culto à violência entre os estudantes. “É inaceitável que a Secretaria esteja fazendo isso com a gente. “E quem disse que essas lanternas são materiais pedagógicos”, questiona o professor, que também reclama dos vários “materiais pedagógicos” enviados pela Secretaria, sem real uso pedagógico.

Segundo o indignado professor, a Secretaria deveria formar comissões nas Diretorias Regionais de Educação (DREs), com a participação dos vários segmentos de profissionais da educação para verificar o que realmente as unidades estão precisando e, assim, fazer bom uso dos recursos públicos.

“Queremos o recolhimento imediato dessas lanternas da morte, a formação de Comissões nas DREs e que a Comissão de Educação da Câmara apure a responsabilidade sobre quem comprou e quem mandou comprar essas “lanternas da morte”.