Uma fiscal da Vigilância Sanitária foi baleada na última terça-feira, 4, quando inspecionava as dependências de uma padaria, localizada na Av. General Ataliba Leonel, na Parada Inglesa. O proprietário do estabelecimento, que fez o disparo, atirou contra a sua própria cabeça, em seguida. A vigilante, atingida no braço, passa bem, mas, infelizmente, o atirador, um idoso de 81 anos, faleceu no Hospital do Mandaqui, um dia depois. A ocorrência foi registrada no 39 DP, na Vila Gustavo.

Nota oficial da Covisa do Município de São Paulo diz que a Secretaria da Saúde está atenta para o ocorrido. Por outro lado, o Sindicato dos Servidores Públicos, Sindsep, cobra um posicionamento mais rigoroso e denuncia o abandono da Coordenação de Vigilância em Saúde, Covisa. Segundo a Secretária de Saúde do Sindsep, Flávia Anunciação, o crime revela ao público o abandono e o desmonte da Covisa promovida pela prefeitura. "Estamos expostos a uma situação de periculosidade, após o decreto que, praticamente, inviabilizou a Covisa, em 2020, em plena pandemia. Uma situação que impõe a realização de inspeções tardias, por poucos servidores sem nenhum respaldo ou condições para trabalhar. Tudo isso está sendo agravado pelo uso indiscriminado de armas, pela apologia à violência e a quebra de regras sanitárias na sociedade, gerados pelos próprios governos municipal, estadual e federal", acrescentou Flávia.

O Sindicato já providenciou solidariedade não só à servidora baleada, mas colocou-se à disposição dos fiscais da Unidade de Vigilância Sanitária de Santana/Tucuruvi e a todos os profissionais de Vigilância em Saúde. A coordenadora do Sindsep para a Região Norte da cidade, Sheila Costa, acrescentou que o sindicato também está oferecendo apoio ao motorista terceirizado, que estava na inspeção da Padaria.

Flávia Anunciação diz ainda que a Secretaria da Saúde deve posicionar-se sobre este crime e, principalmente, em defesa da trabalhadora que estava no exercício da sua função. Flávia explica que esta situação é consequência do “desmonte e perda de autonomia de todo o Sistema de Vigilância em Saúde promovida pelos governos de Bruno Covas e Ricardo Nunes. É preciso garantir segurança e condições de trabalho para não expor ao risco quem realiza a fiscalização das condições sanitárias no município de São Paulo”, diz.