Estou muito feliz e aliviada. A linda e sofrida vitória do presidente Lula marca o começo do fim do sofrimento do povo brasileiro, que se iniciou quando, há 4 anos, uma figura saída dos porões da ditadura foi eleito presidente da República, graças a um processo judicial fraudulento e ilegal, conduzido por um juiz desonesto, o qual tornou-se ministro da Justiça como pagamento por esse indigno papel. Já naquele momento, o presidente Lula liderava todas as pesquisas e seria eleito, não fosse a farsa que o levou à prisão.
O governo Bolsonaro se iniciou impondo graves retrocessos e ataques aos direitos sociais, aos direitos da classe trabalhadora, à convivência democrática. Reforma da previdência, reforma trabalhista, descontinuidade de programas sociais e a inédita ampliação de manifestações violentas de preconceitos, misoginia, racismo, ataques aos povos originários, violência policial na periferia se multiplicaram, com incentivo do chefe do governo.
Esse quadro de sofrimento do povo brasileiro se aprofundou com a pandemia da COVID-19. Na contramão de governantes em todo o mundo, Bolsonaro minimizou a doença, atuou contra as medidas preventivas, não deu apoio aos segmentos sociais mais atingidos, negou vacina e, pior, tentou obter propina ao adquiri-las. Essa atuação criminosa resultou em centenas de milhares de mortes que poderiam ter sido evitadas. Tenho confiança de que Bolsonaro e seus auxiliares ainda responderão por elas.
Retrocessos ambientais e nos direitos sociais, além de uma vulgar e desastrosa política de relações internacionais tornaram o Brasil pária mundial. Como diz o presidente Lula, ninguém convida Bolsonaro e ninguém quer visitar o Brasil no seu governo.
Vencemos graças à nossa militância, que não esmoreceu na defesa do presidente Lula, na resistência durante os 4 anos nefastos do governo Bolsonaro e que seguiu firme num grande arco de alianças civilizatórias pelo resgate de um Brasil que não se apresentasse ao mundo como terra arrasada.
A batalha, no entanto, prossegue, e ainda está longe de terminar. O bolsonarismo segue vivo no parlamento e segue vivo também em governos estaduais. Em São Paulo, lamentavelmente, a maioria do eleitorado votou em um bolsonarista que não conhece o Estado e defende propostas inaceitáveis, como privatizar escolas públicas, privatizar a SABESP, retirar as câmeras dos uniformes dos policiais e outras.
Lutaremos incansavelmente contra todas elas. E mais, lutaremos para que, apesar de Tarcísio de Freitas e seu governo, possamos avançar da direção das medidas que o presidente Lula implementará no país.
Fernando Haddad foi derrotado depois de ter feito uma campanha limpa, que alçou o PT a um patamar eleitoral nunca antes alcançado.
Nossa bancada do Partido dos Trabalhadores quase dobrou de tamanho na Assembleia Legislativa. O novo governador não terá um dia de paz e não conseguirá prejudicar o povo paulista, porque estaremos a postos para defendê-lo.
Saímos desta eleição ainda mais conscientes de nosso papel na defesa dos direitos e necessidades do nosso povo, que clama por educação de qualidade, saúde pública acessível a todos, por emprego, renda, alimento, moradia, vida digna. O bolsonarismo atrasou tudo isso em longos quatro anos. Voltar a fazer o país avançar é uma tarefa que transcende o PT e deve envolver toda a ampla aliança que se formou em torno do presidente Lula. E essa tarefa é urgente.
É hora de pôr a mão na massa e trabalhar para reconstruir esse país. A primavera chegou. Hora de cultivar as flores e protegê-las, exuberantes e belas que são, de qualquer ameaça que venha a colocá-las em risco.
Nosso mandato popular está inteiramente dedicado à essa tarefa. Junto com todas e com todos. É hora de reconciliar o Brasil com seu povo.