Nesse texto quero abordar alguns fatos recentes que considero importantes.

Primeiro, o Programa Mais Professores, do Governo Federal. O presidente Lula, mais uma vez, faz história, quase duas décadas após instituir o piso salarial profissional nacional dos professores e tomar outras medidas para a melhoria da Educação.

O Programa vai destinar uma bolsa de R$ 1.050,00 para estudantes de licenciatura, estimulando a formação de professores, de R$ 2.100,00 para professores trabalharem em regiões com carência de profissionais e instituir a Prova Nacional Docente, para criar um “banco” de professores qualificados, que poderão ser contratados por todos os Estados e Municípios.

Considero que este programa é fundamental para a qualificação e valorização dos professores e também para assegurar a soberania nacional. No meu entender, soberania nacional pressupõe a identidade cultural de um povo e sua capacidade de produzir conhecimento, ciência e tecnologia para uma inserção soberana no cenário internacional. Para isso é preciso ter uma Educação da mais alta qualidade.

Entretanto, no Estado de São Paulo, o governo de Tarcísio de Freitas e Renato Feder vai na contramão. Não cumprem a lei do piso, privatizam escolas, desmontam a carreira dos professores, querem criar escolas cívico-militares e tomam outras medidas que em nada contribuem para a sólida formação básica de que nossos estudantes necessitam.

O segundo fato, que quero aqui assinalar, é o acordo entre Israel e o grupo Hamas para o cessar-fogo na Faixa de Gaza, do qual, de forma absurda, o primeiro ministro de Israel, Benyamin Netanyahu, recuou, mandando bombardear novamente a Faixa de Gaza, causando mais 80 mortes.

Estamos assistindo a uma ofensiva desproporcional das forças militares israelenses em retaliação ao ataque do Hamas de sete de outubro de 2023, que resultou em 1.200 pessoas mortas e 250 reféns israelenses. O exército de Israel matou pelo menos 46.700 palestinos, de acordo com o Ministério da Saúde palestino.

 

Desejo que o cessar-fogo seja ainda efetivado e duradouro, com a libertação dos reféns israelenses e dos presos palestinos por Israel e que haja o prosseguimento de negociação para a paz.

E ocorreu nesta semana a gravíssima atuação de deputados, senadores e ativistas de extrema-direita, como o deputado Nikolas Ferreira e o ex-presidente Jair Bolsonaro, que movimentaram uma onda de fakenews a respeito de norma da Receita Federal para monitoramento de movimentações financeiras de pessoas físicas e jurídicas.

A norma entrou em vigor em 1 de janeiro e atualizava norma já existente, ampliando para bancos digitais e plataformas o envio de dados à Receita Federal sobre movimentações financeiras – inclusive PIX – de pessoas físicas e jurídicas. Aumentava os valores mínimos sujeitos a monitoramento de R$ 2 mil para R$ 5 mil (pessoas físicas) e de R$ 6 mil para R$ 15 mil (pessoas jurídicas), com o objetivo principal de identificar organizações criminosas, estelionatários e golpistas, além de grandes sonegadores. Não havia previsão de cobrança de taxas sobre PIX, nem de devassa da Receita sobre contribuintes.

Mesmo com os esclarecimentos de autoridades, as fakenews não cessaram; pelo contrário, aumentaram, fazendo com que o governo revogasse a norma, tal o nível de desinformação disseminada.

Eu acredito que combater as fakenews é tarefa de todos nós. Temos a obrigação cidadã de buscar confirmação sobre determinado fato ou informação antes de compartilhá-los. As falsas notícias e as opiniões emitidas em redes sociais com base em falsas premissas podem prejudicar a vida de pessoas, podem causar sérios prejuízos materiais, profissionais e financeiros e, no limite, colocam em risco a própria democracia. Não podemos permitir!

Autoria
Professora Bebel é deputada estadual pelo PT, segunda presidenta licenciada da APEOESP e colunista do CCN Notícias
Artigos publicados