O Brasil está vivendo momentos importantes para a reafirmação da nossa democracia e para a defesa dos direitos e reivindicações da classe trabalhadora e da maioria da população.

Na quinta-feira, 21 de novembro, a Polícia Federal indiciou 37 pessoas por tentativa de golpe e assassinato do presidente Lula, do vice, Geraldo Alckmin, e do ministro do STF, Alexandre de Moraes. Entre os indiciados estão o ex-presidente Jair Bolsonaro, general Braga Neto, Alexandre Ramagem, Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, general Heleno da Silveira, todos por envolvimento no plano, juntamente com outros ex-dirigentes e apoiadores do governo bolsonarista e integrantes da Forças Armadas.

As provas e indícios do envolvimento desses senhores na tramoia golpista são robustos e suficientes para que todos sejam condenados na medida de suas responsabilidades. O Brasil espera que se faça justiça e que não se permitam novas tentativas golpistas. Nosso país não mais poderá, como no passado, permitir a impunidade daqueles que tramam contra o estado democrático de direito e o povo brasileiro. Sem anistia para golpistas.

Na semana passada um fato gravíssimo ocorreu na Praça dos Três Poderes, em Brasília, quando o ex-candidato a vereador pelo PL em Santa Catarina, Francisco Wanderley Luiz, jogou artefatos explosivos na direção da sede do Supremo Tribunal (STF) e depois tirou a própria vida, também com uso de explosivos. Muitos tentaram encontrar no desequilíbrio mental do ex-vereador a motivação para o seu ato, mas é impossível negar as razões políticas que o levaram a cometê-lo. E essas razões políticas foram e são insuflados por Bolsonaro e outras lideranças da extrema-direita neoliberal. Bolsonaro, em diversas ocasiões, fez seus seguidores jurarem que daria a própria vida pela “liberdade”.

O clima de ódio e polarização política está em todos os lugares onde atuam os extremistas da direita. Ele está no próprio Governo do Estado, haja vista a violência simbólica e real com a qual o governador bolsonarista Tarcísio de Freitas bate o martelo na bolsa de valores nos diversos leilões de privatização de empresas, órgãos e serviços públicos, particularmente no caso das escolas estaduais, momento no qual, mais uma vez, a Polícia Militar protagonizou agressões contra manifestantes, a mando do governador. Eu própria, ali presente, exercendo meu legítimo mandato parlamentar, fui empurrada e desrespeitada por policiais.

Você, leitor, você, leitora, poderá se perguntar se não estamos exagerando. Porém, os fatos estão aí para mostrar que a violência política é uma componente da ação dos partidos da extrema-direita. E assim o é, porque a intimidação, as ameaças e a violência da polícia são necessárias para que possam “passar a boiada”, como dizia o nada saudoso ministro bolsonarista do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

Não surpreende que nos planos golpistas estivesse a previsão de assassinatos do presidente, do vice e do ministro do STF. Porque os assassinatos estão no dia-a-dia dos governos da extrema-direita. A Polícia Militar de São Paulo está entre as mais letais do mundo. Isso quer dizer que todos os policiais seguem a cartilha da violência? Claro que não! Isso quer dizer que existe um comando no governo e na Secretaria de Segurança Pública que prioriza o uso da pistola em detrimento de um trabalho sério de investigação para desbaratar o crime organizado e a presença ostensiva da polícia para inibir furtos, roubos e assaltos. Muitas vítimas inocentes nas periferias pagam com a vida todos os dias pela incompetência deste governo.

A repressão violenta e injustificada também está presente dentro da própria Assembleia Legislativa quando o governo manda votar a privatização da SABESP, a criação de escolas cívico-militares (que estão suspensas por liminar conquistada na justiça pela APEOESP) e, agora, quando tenta aprovar o confisco de mais de R$ 10 bilhões da Educação, por meio da PEC 9/2023.

Nosso mandato parlamentar, que sempre esteve a serviço da luta dos profissionais da Educação, dos servidores públicos de uma forma geral, dos trabalhadores, das mulheres, dos negros, dos sem teto, dos sem-terra, das pessoas LGBTQIA+, da juventude, agora está totalmente engajado, juntamente com a APEOESP, demais entidades, estudantes e outros segmentos sociais, na tarefa de impedir mais esse crime do governo Tarcísio de Freitas e do seu secretário da Educação, Renato Feder.

Não podemos, jamais, baixar a guarda. Os últimos acontecimentos mostram que nossa democracia ainda está em risco. Nossos direitos estão em risco. Os serviços públicos e os direitos mais elementares da população estão em risco no estado de São Paulo.

Na contramão do Brasil, o governo que temos no nosso estado é truculento e insensível às necessidades do povo. E não podemos nos esquecer de onde veio o atual governador.