Iniciamos o ano de 2025 com renovadas esperanças de dias melhores e com a consciência de que é preciso lutar cada vez mais e melhor para conquistarmos nossos sonhos.

O ano de 2024 foi repleto de desafios. Houve avanços, por certo, assim como vivemos grandes dificuldades, que se projetam para o novo ano. Uma coisa é certa: não nos omitimos diante desses grandes desafios. E vamos continuar os enfrentando de peito aberto e disposição redobrada para vencer.

Nosso país encerra 2024 com um dos maiores crescimentos do Produto Interno Bruto (PIB) registrados no planeta, tendo ficado em 10º lugar entre 51 países. Durante o governo do presidente Lula, o número de pessoas na miséria recuou 40%. A taxa de desemprego, de 6.1%, é a menor da série histórica. Poderíamos citar uma série de outros dados que demonstram que nosso país, sob a lideranças do presidente Lula, reencontrou o caminho do desenvolvimento e da justiça social.

Temos, porém, que reconhecer que ainda há muito por fazer. As altíssimas taxas de juros, fomentadas pelo anterior presidente do Banco Central, o bolsonarista Roberto Campos Neto, precisam cair bastante para que tenhamos crédito mais barato, redução do valor da dívida pública e mais incentivos à produção e ao consumo. São necessárias mais políticas indutoras das atividades geradoras de emprego e renda. É preciso construir um ambiente de mais solidariedade e justiça social, num país marcado por grandes desigualdades, machismo e racismo estruturais, preconceitos e discriminações.

Entretanto, a extrema-direita não busca esse caminho. No dia 1º de janeiro, por exemplo, o prefeito reeleito de Porto Alegre, o mesmo que foi um dos responsáveis diretos pela tragédia das inundações na cidade em 2024, declarou que uma pessoa que defende a implantação de uma ditadura não deve ser punida. Como é possível que um governante, reeleito pelas regras da democracia, defende sua destruição?

Aliados, o governador Tarcísio de Freitas e o prefeito da Capital Ricardo Nunes, decidiram aumentar os preços das passagens de ônibus, metrô e trens de R$ 4,40 para até R$ 5,20, algo que o prefeito prometeu não fazer e descumpriu, sem se preocupar com o forte impacto deste aumento na vida da população pobre.

Enquanto isso, os meios de comunicação fazem cerrada campanha contra o governo do presidente Lula, manipulando dados para fazer crer que estamos enfrentando uma grave crise econômica e fiscal.

A divulgação pelo Banco Central, ainda sob a direção de Campos Neto, de que 13 empresas estatais teriam tido prejuízos da ordem da R$ 6,04 bilhões é uma dessas informações enganosas. Das 13 empresas relacionadas, 9 tiveram lucro em 2024, já que o suposto prejuízo envolve a aplicação em investimentos que retornaram como lucros nos próximos anos.

Déficit não é prejuízo. E uma empresa não é avaliada pelo resultado da contabilidade pública. Ela tem de ser avaliada pelo resultado da contabilidade empresarial. Na contabilidade empresarial, quando ela realiza o investimento, esse gasto é diferido no tempo, porque ele tem o tempo de amortização daquele gasto, ele não entra como uma despesa cheia no ano. Quando ela utiliza o preceito em caixa, ela não gera prejuízo”, afirmou a ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck ao jornal O Estado de S. Paulo.

Ao mesmo tempo em que atacam o governo federal, grande parte dos meios de comunicação são condescendentes com governadores bolsonaristas, como Tarcísio de Freitas no estado de São Paulo, que se mostra incapaz de melhorar a qualidade de vida da população e, ainda, promove um clima de violência e insegurança pública por meio da ação de policiais militares.

Tenho consciência da atuação dos policiais militares, que recebem baixos salários, têm pouco apoio institucional, correm riscos de morte todos os dias, não têm assistência psicológica e são mal preparados para o seu trabalho. Sei que as atitudes violentas e criminosas de alguns não representam a totalidade da corporação e são resultado da política do atual governo estadual.

O governo de Tarcísio de Freitas tem como diretriz desmontar e privatizar os serviços públicos, chegando ao extremo de leiloar escolas na bolsa de valores. Não é este o tipo de governo que a população pobre e trabalhadora necessita. Queremos um governo que se preocupe em prover Educação pública e gratuita de qualidade, saúde pública de qualidade para todos e todos os demais serviços, e não um “ambiente mais favorável aos negócios” como se vangloria o governador em artigo publicado no final de 2024 no jornal Folha de S. Paulo.

O que está em jogo são projetos distintos para o estado de São Paulo e para o Brasil. Desejo que em 2025 sejamos capazes de resistir a todos os ataques e avançar em novas conquistas.

Autoria
Professora Bebel é deputada estadual pelo PT, segunda presidenta licenciada da APEOESP e colunista do CCN Notícias
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