O Partido dos Trabalhadores tem uma luta histórica pelos direitos da classe trabalhadora e das populações vulneráveis. Não por acaso, foi o nosso partido, nos governos Lula e Dilma, que instituiu os mais exitosos programas de transferência de renda e de apoio aos segmentos sociais que mais precisam, exemplo para o mundo e replicados em diversos países. Fome Zero, Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida, Prouni e ampliação de programas de assistência social mudaram a face do nosso país, tiraram o Brasil do Mapa da Fome da ONU e promoveram uma inédita mobilização social, quando mais de 32 milhões de brasileiros e brasileiras saíram da pobreza para a classe média baixa.

Mesmo retirado do governo pelo golpe de 2016, nosso partido manteve e mantém os mesmos compromissos. Durante o governo Temer lutamos contra todos os retrocessos trabalhistas e sociais e prosseguimos essa luta, ainda com maior empenho no governo genocida e destruidor de Bolsonaro. Foram da bancada do PT no Congresso Nacional, em aliança com outros partidos de oposição e parlamentares progressistas, as iniciativas para mitigar os graves efeitos sociais da pandemia do novo Coronavírus.

Entretanto, o Governo Bolsonaro, negacionista da própria pandemia e empenhado em aplicar de forma radical a política neoliberal do “Estado mínimo” e destruição das conquistas inscritas na Constituição de 1988, rejeitou essas medidas e manobrou para impedir sua aprovação. Apesar disso, o trabalho da oposição e a mobilização social, com todas as suas limitações, conseguiu a aprovação do Auxílio Emergencial assim como, mais tarde, a instituição de medidas de apoio aos produtores culturais e outras.

Todos se recordam que Bolsonaro queria liminar o Auxílio Emergencial a R$ 400,00. A luta social conseguiu impor os valores de R$ 600,00 a R$ 1.200,00. Esses recursos foram a garantia de sobrevivência para milhões de brasileiros e brasileiras. Bolsonaro foi o único deputado federal a votar contra o Fundo de Combate à Pobreza em dezembro de 2000. Devemos lembrar também que ele e seus aliados sempre se manifestaram contra programas de transferência de renda e diziam que o Bolsa Família era “esmola” e que levavam seus beneficiários a se manterem no ócio e as mulheres pobres a terem diversos filhos para obterem valores maiores.

Você, leitor e leitora, deve estar se perguntando porque recordo todos esses fatos.  Eu os recordo para denunciar o oportunismo eleitoral do senhor Jair Bolsonaro, que acha que pode comprar a consciência e o voto do povo brasileiro com medidas eleitoreiras pouco antes das eleições de outubro. O aumento do Vale Gás (que, diga-se foi projeto do PT), pagamento de auxílios a taxistas e caminhoneiros e a ajuda financeira a milhões de brasileiros em situação de vulnerabilidade são medidas que há muito defendemos. Entretanto, Bolsonaro tomou essas iniciativas apenas agora e, ainda assim, limitadas até dezembro de 2022. Um verdadeiro escândalo!

O projeto do governo aprovado contém ilegalidades, como a possibilidade de decretação de Estado de Emergência, que pode abrir caminho para medidas autoritárias. A limitação do valor em R$ 600,00 faz com que o Auxílio Brasil apenas atenue um pouco a miséria existente no país. Em contrapartida, o chamado orçamento secreto deixa o controle das receitas da União na mão do chamado “Centrão”, na Câmara dos Deputados, direcionando verbas de acordo com os interesses eleitorais do Governo Bolsonaro e sua base de apoio.

O que o povo brasileiro realmente precisa é da eleição de um governo responsável,  comprometido com os seus direitos e com a construção de uma nação soberana, justa, solidária. Isso passa, sim, pela adoção de políticas sociais sérias, mas também, pela aplicação de um projeto gerador de emprego e renda e que abra um novo ciclo de desenvolvimento econômico e social para o nosso país.