Escrevo esse texto poucas horas antes da realização do segundo turno das eleições para Presidente da República e Governador do Estado. As pesquisas indicam vitória do presidente Lula contra Bolsonaro e a possibilidade de uma virada de Fernando Haddad sobre o carioca Tarcísio de Freitas, candidato bolsonarista recém chegado a São Paulo. Claro, pesquisa não é eleição e estamos nos mobilizando para conquistar cada voto importantíssimo para que possamos escrever novas páginas de esperança no nosso estado e no país.

O processo eleitoral foi marcado por grande tensão, ameaças, violência, intolerância e ainda gera expectativa em relação ao comportamento de Bolsonaro e seus seguidores face à provável derrota na eleição presidencial. O atual presidente e seu grupo vêm realizando seguidas manobras para tumultuar as eleições e conseguir pretextos para não aceitarem o resultado.

Primeiro, acusaram a suposta suscetibilidade das urnas eletrônicas a fraudes. Bolsonaro usou as Forças Armadas para levar a cabo suposta auditoria no primeiro turno. Incapazes de provar a acusação, não entregaram os resultados ao Tribunal Superior Eleitoral. No momento, a tentativa de tumultuar envolve suposto favorecimento à candidatura do presidente Lula no horário eleitoral de rádios no Nordeste. As provas apresentadas carecem de legitimidade e legalidade e as rádios estão deixando claro que a própria campanha de Bolsonaro deixou de enviar algumas inserções, que nem de perto chegam à casa de centenas ou milhares como alegou o presidente.

São fakenews e mais fakenews, mas a tentativa mais grave de comprometer as eleições partiu do ex-deputado Roberto Jefferson, aliado muito próximo de Bolsonaro e Tarcísio de Freitas, que, em prisão domiciliar, divulgou um vídeo onde ofende de forma violenta e grosseira a ministra Carmen Lucia, do Supremo Tribunal Federal, e, tendo sua prisão preventiva decretada pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral por crime eleitoral e descumprimento das condições da prisão domiciliar, recebeu os agentes da Polícia Federal com dezenas de tiros de fuzil e granadas de efeito moral, ferindo dois agentes. Porém, além de não conseguir seu intento de se tornar uma espécie de mártir, sua atitude causou uma grave crise na campanha bolsonarista.

O fato é que a perspectiva de vitória do presidente Lula e de Fernando Haddad no momento em que escrevo esse texto são muito fortes e nos fazem antever uma transição complexa, sobretudo no plano federal, mas que será marcada pela possibilidade de reconstrução do nosso país e pela abertura de uma página inédita na história do Estado de São Paulo, que finalmente poderá ser governado por um professor, servidor público, altamente qualificado e, sobretudo, com forte ligação com as lutas populares, compromissado com educação, saúde, moradia e todas as políticas públicas de qualidade.

Uma eventual vitória de Tarcísio de Freitas significará o desmonte radical dessas políticas, a começar pela privatização das escolas públicas, processo que já está em curso no estado do Paraná, governado pelo bolsonarista Ratinho Junior. Não vamos permitir. Elegeremos Fernando Haddad e, caso isso não ocorra, estaremos em luta permanente para evitar mais retrocessos no nosso estado.

Neste momento, desejo a cada um e cada uma dos leitores e leitoras que vote com consciência e que contribua para a construção de um futuro mais feliz, solidário e justo. Aproveito para parabenizar cada servidor público nesse 28 de outubro, quando comemoramos o Dia do Funcionalismo Público.

Um forte abraço.