Muitos me perguntam como tenho tanta energia para cumprir tantas agendas na luta em defesa da Educação, dos serviços públicos, dos direitos da população e pelas melhorias que todos queremos para a nossa querida Piracicaba.

Costumo responder que quem tem uma causa a defender não pode parar pelo caminho. Todos sabem que minha causa é a Educação. Antes de tudo, sou professora. Mas minhas causas são também os direitos dos segmentos oprimidos da sociedade: as mulheres, a população negra e periférica, nossa juventude pobre, a população LGTBT, os sem terra, os sem teto, os povos originários. Para eles estou disponível e quando me canso, recupero as forças para poder recomeçar a jornada.

Digo isso porque estou escrevendo esse texto no dia 25 de abril, quando se comemoram os 50 anos da Revolução dos Cravos em Portugal. Um povo submetido a décadas de tiraria do regime salazarista, que também explorava, humilhava e escravizava os povos de suas colônias africanas. No dia 25 de abril de 1974 esse povo se levantou. Por meio dos capitães, sargentos e soldados de suas forças armadas, cansados de cumprir ordens injustas e insanas, deu fim ao regime ditatorial com cravos nas pontas dos fuzis e dos canhões, em uma das mais belas revoluções de que se tem notícia.

Não podemos esmorecer no caminho da luta por justiça, por mais democracia e por uma vida melhor para todos nós e, sobretudo, para as futuras gerações. A história não é feita apenas de grandes acontecimentos. Ao contrário, como um rio que corre sem se possa detê-lo, a história é construída de cada gota, de cada pequeno ou grande gesto que possamos fazer no cotidiano de nossas vidas.

Em Piracicaba, como sabem, estou disponível para ser a candidata do PT e partidos aliados à Prefeitura de nossa cidade. Coloquei meu nome à disposição com a mesma humildade e determinação que faço cada coisa em minha militância sindical e política. Quero trabalhar para o nosso povo, como já venho trabalhando como deputada estadual e como cidadã piracicabana e paulista.

Nesta semana que se encerra, tivemos mais uma grande batalha na Assembleia Legislativa para impedir que o governador Tarcísio de Freitas aprove sua PEC que confisca mais de R$ 10 bilhões da Educação. Li meu voto em separado e outros deputados lerão seus votos na Comissão de Constituição, Justiça e Redação. Queremos, sim, ganhar tempo, para mostrar a cada deputados e deputada que isto é uma insanidade.

 

Da mesma forma, estive no ato em frente ao Hospital do Servidor Público para me manifestar junto com todo o funcionalismo contra a tentativa desse governador de vender o prédio-sede do nosso Instituto de Assistência Médica, o IAMSPE. O prédio não é do Estado, e sim nosso, dos servidores, doado por uma professora aposentada há muitas décadas. Tarcísio quer vender tudo. Nada faz de bom para os paulistas, apenas desmonta e destrói.

Ele também quer privatizar escolas, vejam só. Entregar a gestão das escolas para empresas privadas, a quem vai pedir recursos para construir unidades escolares, enquanto corta R$ 10 bilhões da Educação. Faz algum sentido isso?

Ele também quer que as próprias famílias providenciem e pague acompanhantes para seus filhos com necessidades especiais nas escolas. Isso é uma desumanidade e um absurdo. Quantas famílias de baixa renda não terão condições para isso, enquanto algumas poucas poderão, eventualmente, ter alguém nas salas de aula com seus filhos. É mais discriminação e mais exclusão.

Me inspiro na revolução portuguesa, pacífica e forte, para não parar nunca de lutar, assim como me inspiro na resistência do povo palestino. Sempre me lembro das palavras de Mahatma Ghandi: “Quando me desespero, lembro-me de que em toda a História a verdade e o amor sempre venceram. Houve tiranos e assassinos e, por um tempo, pareciam invencíveis, mas, no final, sempre caíram. Pense nisso! Sempre.”

Vamos em frente.