Escrevo esse artigo às vésperas da Páscoa Cristã, um momento que evoca em todos nós sentimentos de fraternidade e comunhão e que deve nos levar a refletir sobre tudo o que vem se passando no Brasil e no mundo e nosso papel na busca da superação de tantos desafios e injustiças.
Vivemos um momento conturbado no cenário mundial. A guerra na Ucrânia, a permanência de tantos outros conflitos no Oriente Médio, na África, em outras regiões do mundo e a instabilidade crescente nas relações entre as grandes potências econômicas e militares do planeta nos levam a preocupações quanto ao presente e ao futuro.
Da mesma forma, a exploração predatória do planeta e a falta de cuidados com o meio ambiente vêm provocando descontroles climáticos que afetam a natureza e as populações, sobretudo as mais vulneráveis, obrigadas a viver em áreas de risco pela falta de políticas de moradia e de outras políticas no Brasil e em outros países.
A pandemia da Covid 19 lamentavelmente ainda não acabou, apesar do relaxamento das medidas de segurança sanitária. Ainda morrem a cada dia no Brasil em torno de 150 pessoas vítimas da doença. Recentes ocorrências na China mostram que o vírus ainda pode sofrer modificações e causar muitos danos. É preciso continuarmos alertas e mantermos as medidas de prevenção.
No nosso país, além de todos esses problemas, vivemos a tragédia de possuirmos no comando do governo federal e em muitos governos estaduais e municipais grupos políticos totalmente descomprometidos com os interesses da sociedade e, sobretudo, dos segmentos que mais necessitam da ação do Estado e dos serviços públicos.
Viver a Páscoa é também pensar naqueles que estão sendo vítimas de uma política econômica concentradora de renda e destruidora de direitos. Aumenta a olhos vistos a população em situação de rua, o desemprego se apresenta em altos índices, a inflação consome os baixos salários da classe trabalhadora, ao mesmo tempo em que a violência está cada vez mais presente no nosso cotidiano.
Esse quadro é resultado direto da ação e da omissão governamental. Temos em Brasília um governo que incentiva o armamento da população, em detrimento de medidas para mitigar a fome, distribuir renda, prover emprego, educação, cultura, cidadania. No estado de São Paulo não é muito diferente. Afastou-se o ex-governador João Doria, um dos piores do Brasil, e com ele seu secretário da Educação, Rossieli Soares, inimigo dos professores e da escola pública, mas deixaram atrás de si um cenário de destruição.
Portanto, nesta Páscoa, é momento de refletirmos sobre tudo isso e de nos solidarizarmos com o sofrimento da população brasileira e paulista. Mas, muito mais que isso, é preciso que cada um e cada uma de nós nos conscientizemos que nossa solidariedade ativa só pode nos levar a um caminho: trabalharmos incansavelmente para mudarmos essa situação. A mudança está nas nossas mãos e ela pode começar a se concretizar no dia 2 de outubro deste ano.
Feliz Páscoa!