Alguns fatos evidenciam a urgência de nos mobilizarmos para colocar um fim ao governo genocida, que lamentavelmente ocupa desde 2018 o Palácio do Planalto.

Os militares encastelados no aparelho de estado, fora de suas funções naturais e excessivamente bem remunerados, elaboraram um documento de 94 páginas intitulado “Projeto de Nação”, no qual retomam as pautas prioritárias do neoliberalismo para o Brasil, entre elas o desmonte do Sistema Único de Saúde (SUS), por meio do fim da sua universalidade e gratuidade no prazo de três anos. Propõem também a cobrança de taxas nas universidades públicas, medida que excluiria de vez os estudantes pobres e retomaria a completa elitização do ensino superior, como no passado.

A elite à qual servem esses senhores jamais aceitou a presença do povo dentro das universidades, que de fato passou a ocorrer durante o governo Lula, tendo Fernando Haddad como Ministro da Educação. Trabalham para que o país retroceda. A mobilização social impediu que já fosse votado na Câmara Federal o projeto que institui taxas nas universidades públicas, mas o perigo permanece.

Faz parte desse mesmo tipo de projeto a aprovação também na Câmara Federal do projeto que institui o ensino domiciliar, que ataca alguns dos pilares da educação, como a sua universalidade, a socialização das crianças e jovens como princípio educativo e a equanimidade no acesso ao mesmo padrão de ensino e conhecimento para todos os brasileiros. Estamos em campanha para que os senadores rejeitem esse projeto.

Na mesma semana, o Ministro Paulo Guedes, da Economia, anuncia que se for reeleito, Bolsonaro terá força para encaminhar a privatização da Petrobras. Seria o mais duro golpe até aqui aplicado sobre o patrimônio e a soberania do nosso país.

Ainda nessa semana o presidente da República vetou a concessão do título de heroína da Pátria à psiquiatra Nise da Silveira, precursora do tratamento humanizado para doentes mentais, superando a visão do isolamento e torturas como “tratamento” desumano para essas pessoas.

Não importa, a Dra. Nise tem e terá uma dimensão que jamais será alcançada por nenhum membro ou apoiador deste governo. E haverá ocasião correta para que o nosso país a homenageie merecidamente.

Manifesto também minha indignação com a ação violenta da Polícia Militar do Rio de Janeiro, na favela de Vila Cruzeiro, na capital fluminense. O saldo de 23 mortos demonstra o fracasso da política de guerra total implementado por diversos governos estaduais naquele estado e que coloca em situação de perigo letal uma população já em permanente estado de vulnerabilidade.

Esse tipo de política, aliás, tornou-se ainda mais proeminente durante o atual governo federal genocida e armamentista e que esperamos brevemente superar.

Finalmente, nessa semana trágica, Givanildo de Jesus, cidadão negro de 38 anos com transtornos mentais e que há 21 anos tomava remédios controlados, foi morto por dois agentes da PRF, em Sergipe. Os agentes o assassinaram sufocado por gás dentro de uma viatura da corporação, repetindo o método nazista que exterminou milhões de pessoas na década de 1940.

O fato demostra o grau de despreparo, crueldade, violência e o preconceito de todos os escalões deste governo genocida que infelicita o país. Vergonhosamente, o comando da PRF não condenou a conduta dos agentes, tornando-se cúmplice desse crime.

Queremos justiça para Genivaldo e para todas as vítimas da violência policial no país e vamos, com nossa luta e nosso voto, mudar definitivamente essa situação.