Quero, em primeiro lugar, reafirmar votos de Feliz Ano Novo.

O Brasil está sob nova direção. Mais do que isso, existe uma nova atmosfera no país desde a posse do presidente Lula no dia 1º de janeiro. Não são poucas as pessoas que me dizem que se sentem mais leves, felizes e confiantes. Um enorme peso saiu de nossas vidas com o fim do governo Bolsonaro. E não poderia haver simbolismo maior desses novos tempos do que a representação da diversidade do nosso povo na entrega da faixa presidencial.

Claro, os desafios são imensos. O relatório da Equipe de Transição apontou gravíssimos problemas em todas as áreas. Calcula-se que Bolsonaro torrou mais de R$ 300 bi na tentativa de se reeleger. Ele e Paulo Guedes gastaram mais de U$ 65 bi dos U$ 275 bi de reservas internacionais deixados por Lula e Dilma. E, no entanto, o Brasil só piorou. Há fome, subemprego e miséria. O novo governo encontrou os gabinetes do Palácio do Planalto trancados e sem chaves. Aparelhos de TV sumiram. O Palácio do Alvorada terá que passar por reparos antes que Lula e Janja possam se mudar. Muita coisa quebrada, móveis e obras de arte extraviados. As políticas sociais precisam ser reconstruídas.

O presidente Lula organizou seu ministério de acordo com a ampla frente que o apoiou. E também há diversidade. Onze mulheres e a recriação de secretarias e ministérios que haviam sido desmontados para cuidar dos diversos segmentos. Preservação do meio ambiente e mudança climática agora são eixos estruturantes da ação governamental. Como disse Lula, "o Brasil voltou".

As medidas iniciais do governo foram importantes e corretas, sobre o bolsa família, a quebra dos sigilos, proteção às áreas indígenas, cancelamento de privatizações, estrutura do governo e outras. É preciso avançar mais, rapidamente. O presidente Lula saberá fazê-lo.

Os professores e professoras do estado de São Paulo estiveram na posse organizados em mais de 80 delegações. Foram dispostos a lutar para que a vontade do povo expressa nas urnas no dia 30 de outubro prevalecesse contra qualquer tentativa golpista. A democracia venceu e nenhum incidente se verificou. Foi um momento de afirmação do Brasil e do povo brasileiro e estamos na luta pela revogação do teto de gastos, da reforma da previdência, da reforma do ensino médio e tantas outras medidas que atrasam o nosso país e retiram nossos direitos. Por isso, propomos às centrais sindicais a realização de um dia nacional de luta.

Aqui no estado de São Paulo o clima é de tensa expectativa. O governador Tarcísio de Freitas reafirmou suas intenções privatizantes, a começar pela SABESP, um dos mais importantes patrimônios do Estado, fundamental para toda a população. Na Educação, as declarações do secretário Renato Feder sobre diversos assuntos e sobre o processo de atribuição de aulas que prejudicou milhares de professores não foram animadoras. Porém, estamos confiantes na nossa luta para conquistarmos uma nova atribuição, que garanta a classificação por tempo de serviço, como deve ser, e não pela maior jornada. Debaixo de muita chuva, estivemos na Praça da República no dia 4 e consegui uma reunião com a Secretaria Estadual da Educação no próximo dia 11.

Queremos também que o governo crie uma mesa de negociação permanente para debatermos todas as questões do funcionalismo, dos serviços públicos e da Educação.

Esse novo ano promete realizações e muita luta para reconquistarmos nossos direitos.