Nesta semana, lamentavelmente, o mundo perdeu um grande humanista, o representante maior da fé católica, o Papa Francisco. Nosso coração está cheio de tristeza e nossas orações estão voltadas ao Santo Padre, que retorna à casa do Pai.

Papa Francisco, nascido Jorge Mario Bergolio, no dia 17 de dezembro de 1936, em Buenos Aires, Argentina, foi o 266º papa e o primeiro latino-americano. Devotado aos humildes, aos oprimidos, aos perseguidos, aos imigrantes, às vítimas das guerras, dos conflitos, da desigualdade social, Francisco viveu plenamente o evangelho de Cristo e pregou ao mundo a justiça, a solidariedade, a paz, a tolerância e a igualdade entre todos os seres humanos. Em tempos de extremismos, preconceitos e violência, sua palavra sempre foi um bálsamo para todos nós, que acreditamos na construção de um mundo melhor, uma sociedade mais justa.

Lamentavelmente, muitos daqueles que só sabem pregar o ódio vão às redes sociais para desrespeitar a sua memória, criticá-lo com palavras baixas pelas suas opções e posicionamentos. Entretanto, é apenas uma minoria desqualificada, pois a humanidade, seja qual for o credo religioso, majoritariamente reconhece no Papa Francisco todos os méritos de um grande líder espiritual e também político de nossos tempos.

Sim, como chefe de Estado do Vaticano e como liderança da Igreja Católica, com seus mais de 1,4 bilhão de fiéis em todo o mundo, o Papa Francisco fez política. Não uma política miúda, eleitoral, interesseira, mas uma política à altura dos grandes desafios que estamos vivendo. Foi político e espiritual no diálogo com todos as demais religiões, no qual se empenhou durante todo o seu papado. Foi político seu posicionamento contra as guerras na Ucrânia, na Síria, no Afeganistão, em diversos países da África e foi uma voz forte contra o genocídio do povo palestino por parte do Estado de Israel.

O Papa Francisco era amigo do nosso presidente Lula. Durante a perseguição e prisão ilegal contra Lula, ele pronunciou publicamente sua solidariedade, assim como anunciou de forma inequívoca em relação ao golpe contra a presidenta Dilma, destacando que é uma mulher honesta, de mãos limpas. Para nós, que defendemos a democracia e os avanços sociais, as palavras do Papa tiveram um significado muito grande.

O Papa faleceu aos 88 anos, porém foi um papa sintonizado com seu tempo. Um papa preocupado com a humanidade, com todas as formas de vida, com o planeta. A questão climática e a preservação do meio ambiente estiveram na sua pauta, nos seus pronunciamentos, nas suas atividades. Um papa que dialogava com a juventude e com os trabalhadores e também preocupado com a Educação. Infelizmente, a pandemia prejudicou a continuidade do Pacto Global pela Educação, proposto por ele.

Para além de tudo isso, tenho a felicidade de ter em comum com o Papa Francisco a devoção à Nossa Senhora Aparecida, a quem rogo por sua alma.

Aqui ficamos nós, dando continuidade a todas aquelas causas que também foram as dele, entre elas o combate à fome, o maior flagelo que atinge as pessoas em todo o mundo. Em sua simplicidade, o papa dos humildes com certeza estará sempre conosco.

Autoria
Professora Bebel é deputada estadual pelo PT, segunda presidenta licenciada da APEOESP e colunista do CCN Notícias
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